O chá verde é uma das bebidas mais antigas do mundo. Originário da China, é consumido no país como bebida e remédio natural. Ao longo dos séculos, o consumo se espalhou por países vizinhos, como Japão e Coreia, sendo reconhecido como um chá anti-inflamatório devido às suas propriedades terapêuticas.
Produzido a partir das folhas da Camellia sinensis, o chá verde passa por um processo de mínima oxidação, o que preserva seus compostos bioativos. Entre suas funções, as principais são a ação antioxidante e o potencial de prevenção de algumas doenças.
O processo de mínima oxidação faz com que as folhas passem por pouca fermentação após a colheita, ao contrário do chá preto, que é totalmente oxidado, por exemplo. Esse cuidado preserva as catequinas e outros antioxidantes da planta responsáveis pelo sabor e pelos benefícios à saúde.
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Como e por que o chá verde protege o corpo?
O chá verde é consumido principalmente por seus efeitos preventivos e protetores. Ele reduz a inflamação, regula o metabolismo, auxilia no controle do peso e promove benefícios à saúde cardiovascular e à regulação da glicose no sangue, contribuindo para a prevenção de diabetes tipo 2 e alterações no colesterol.
Esses efeitos se devem às catequinas, polifenóis que agem como antioxidantes, protegendo as células do estresse oxidativo e do envelhecimento precoce. Os polifenóis são compostos bioativos das plantas, subdivididos em flavonóides, ácidos fenólicos, ligninas e estilbenos.
Além disso, a cafeína presente no chá verde é moderada e associada à L-teanina, um aminoácido que melhora a concentração e promove sensação de relaxamento. Essa combinação potencializa o metabolismo energético, auxilia na oxidação de gorduras e protege os vasos sanguíneos.
Laíta Babio, nutricionista especialista em nutrição clínica funcional e integrativa do Espaço Hi, em São Paulo, explica que o chá verde pode ajudar no emagrecimento, mas alerta que o efeito da bebida não é isolado e não deve ser levado como única solução.
“O chá verde pode contribuir de forma modesta no processo de emagrecimento. Estudos mostram que a combinação de catequinas (em especial a epigalocatequina galato – EGCG) e cafeína aumenta levemente o gasto energético e a oxidação de gorduras. No entanto, o efeito isolado não é suficiente para emagrecimento expressivo — ele deve ser visto como coadjuvante dentro de uma alimentação equilibrada e estilo de vida ativo”, aconselha.
Principais benefícios do chá verde
- Melhora do metabolismo energético.
- Auxílio no controle de peso.
- Proteção cardiovascular.
- Regulação da sensibilidade à insulina.
- Ação antioxidante e anti-inflamatória.
Modo de preparo e formas de consumo
A forma mais segura e eficaz de consumir é a infusão tradicional, preparada com cerca de 2 gramas de folhas secas em 200 mL de água, por 3 a 5 minutos. Essa preparação permite extrair os antioxidantes de maneira equilibrada, mantendo o sabor suave.
Cápsulas ou extratos concentrados oferecem maior quantidade de catequinas, mas exigem atenção para não sobrecarregar o fígado em doses elevadas. Bebidas industrializadas geralmente apresentam menor concentração de compostos ativos e podem conter açúcar, o que reduz seus efeitos benéficos.
A L-teanina, aminoácido não produzido pelo corpo, é encontrada principalmente no chá verde, em alguns cogumelos e também no chá preto
Riscos e contraindicações do chá verde
Embora seja seguro para a maioria das pessoas, Esthela Oliveira, nutróloga e médica do esporte no Hospital Israelita Albert Einstein, esclarece que o consumo excessivo ou inadequado pode gerar efeitos adversos e interagir com nutrientes e medicamentos.
“O chá verde pode interferir na absorção do ferro e de alguns medicamentos como anticoagulante e alguns ansiolíticos. Por isso, para o paciente que estiver fazendo uso de medicação contínua, é importante sempre avaliar individualmente a dose e o horário de consumo. E é sempre com orientação médica, é importante reforçar”, explica.
Os especialistas ouvidos pelo Metrópoles alertam que existem alguns cuidados necessários na hora de consumir o chá verde. Entre eles, destacam-se:
- Interferência na absorção de nutrientes: pode reduzir a absorção de ferro e, em excesso, de cálcio. É recomendado manter intervalo de 1 a 2 horas entre o chá e as principais refeições.
- Interações com medicamentos: pode afetar anticoagulantes e alguns ansiolíticos, por isso, a avaliação individual é importante para evitar problemas.
- Excesso de cafeína: doses elevadas podem causar insônia, palpitações e desconforto gástrico.
- Sobrecarga hepática: consumos muito altos, especialmente em cápsulas ou extratos, podem sobrecarregar o fígado em pessoas sensíveis.
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