O episódio de violência que chocou a comunidade escolar do Guará na manhã de segunda-feira (20/10) segue sob apuração da Polícia Civil (PCDF) e novos detalhes surgiram. O professor da Secretaria de Estado de Educação do DF (SEE), lotado no Centro Educacional 4 (CED 04), foi agredido e também xingado de “filho da puta”, além de ter os óculos quebrados e o cordão com pingente de crucifixo arrebentado dentro da própria escola, após chamar a atenção de uma estudante que utilizava o celular durante a aula.
De acordo com o relato do docente, de 53 anos, o pai da aluna, inconformado com a advertência, invadiu a sala da coordenação sem autorização por volta das 9h e partiu para cima dele com violência, proferindo ofensas como “filho da puta”. Em seguida, desferiu diversos socos e chutes contra o educador, atingindo principalmente o rosto da vítima.
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O ataque resultou em lesões faciais, quebra dos óculos de grau e arrebentamento da corrente com pingente religioso que o docente usava no pescoço. Durante toda a agressão, o servidor não reagiu em momento algum.
Veja as imagens:
“Mata-leão”
Vídeos gravados por testemunhas mostram o agressor segurando o educador pela gola da camisa e golpeando-o repetidamente, enquanto alunos tentam intervir. Em um ato de desespero, a própria filha do agressor tenta conter o pai aplicando um “mata-leão”, conseguindo derrubá-lo no chão. Outros estudantes e funcionários também ajudaram a imobilizar o homem.
A Polícia Militar foi acionada e compareceu imediatamente ao local. O agressor alegou que teria recebido mensagens da filha afirmando ter sido “xingada” pelo professor, o que teria motivado a atitude violenta. As partes foram conduzidas à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde o caso foi registrado como desacato, injúria e lesão corporal.
O homem assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e se comprometeu a comparecer em juízo. Abalado, o professor — que atua há 25 anos na rede pública — afirmou nunca ter passado por situação semelhante. “Fui pego completamente de surpresa. Não deu tempo de reagir. Só tentei me proteger. Ele quebrou meus óculos e destruiu meu cordão. É uma humilhação inacreditável”, relatou o docente, que afirmou não ter condições psicológicas de retornar à sala de aula por enquanto.
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que o caso será encaminhado à Corregedoria para apuração dos fatos e adoção das medidas cabíveis. A pasta reafirmou que repudia qualquer forma de violência no ambiente escolar e destacou seu compromisso em promover a cultura de paz nas instituições de ensino.