Tony Blair poucas vezes pareceu tão pequeno. Sentado sozinho em um grande palco em Dubai, em fevereiro de 2025, com primeiros-ministros e ministros ocupando as fileiras do auditório, no World Governments Summit, Blair estava rouco ao apresentar seu benfeitor. Acima do ex-primeiro-ministro do Reino Unido (1997-2007), em uma tela gigante, estava Larry Ellison, fundador da Oracle — empresário americano que naquele mês foi, brevemente, o homem mais rico do mundo, por conta de uma valorização momentânea das ações da empresa.
Após uma piada sobre o amigo Elon Musk, Ellison alertou o público de que a superinteligência artificial está chegando antes do esperado. Tony Blair perguntou: “O que os governos do mundo inteiro deveriam estar fazendo?”
“A primeira coisa que um país precisa fazer é unificar todos os seus dados para que possam ser consumidos e usados pelo modelo de IA”, respondeu Ellison.
Aos 81 anos, a barba em formato de lápis de Ellison permanece igual desde a foto da capa da sua biografia publicada em 2003, cujo título é: “A Diferença Entre Deus e Larry Ellison: Deus Não Acha que É Larry Ellison”.
No evento de Dubai, o bilionário usou “nós” para falar de todos os avanços em IA que que empresarios como ele querem promover. Mas nem ele, nem Blair mencionaram os US$ 130 milhões que a fundação de Ellison investiu entre 2021 e 2023 no Tony Blair Institute for Global Change (TBI), nem os US$ 218 milhões prometidos desde então.
O bilionário, que é proprietário de super iates, dois jatos de combate e uma ilha no Havaí, foi específico sobre quais dados precisariam ser unificados: O serviço de saúde no Reino Unido “possui uma quantidade incrível de dados populacionais”, mas eles estão “fragmentados” disse. Abaixo dele, Blair assentiu, segurando firme seu caderno com o logotipo do TBI em relevo. Assim como o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, o sistema britânico é público e universal.
Duas semanas depois, o instituto de Blair publicou um relatório intitulado “Governando na Era da IA: Construindo a Biblioteca Nacional de Dados da Grã-Bretanha”. Nele, o instituto ecoava a visão de Ellison sobre a infraestrutura de dados do Reino Unido, classificando-a como “fragmentada e inadequada”.
Nos bastidores, o TBI fez lobby junto a ministros pela adoção da tecnologia e teve propostas de políticas adotadas pelo governo britânico. Críticos dizem que isso faz parte de uma grande operação de influência que ainda pode culminar em empresas de tecnologia dos EUA assumindo o controle dos dados mais valiosos do Reino Unido.
Desde o ano passado, o TBI também opera no Brasil, trazendo para cá as mesmas preocupações. Em apenas um ano de funcionamento, o Instituto se reuniu pelo menos 21 vezes com membros do governo brasileiro e Tony Blair encontrou-se com Lula em duas ocasiões desde que o presidente assumiu – o foco, no Brasil, é ajudar na implementação do Plano Nacional de Inteligência Artificial. Leia a reportagem completa.
Um salto de mãos dadas com o dono da Oracle
O TBI é diferente de qualquer outro think tank britânico, pelo tamanho e influência. As doações de Ellison fizeram com que a instituição chegasse a quase mil funcionários, atuando em pelo menos 45 países. O faturamento do TBI no último exercício financeiro foi de cerca de US$ 145,3 milhões. O instituto insiste que Ellison é apenas um entre vários grandes financiadores e seu principal estrategista de políticas, Benedict Macon-Cooney, disse à imprensa que não havia “nenhum conflito de interesse”.
O próprio Blair não recebe salário do TBI, mas, nos últimos anos, o instituto conseguiu recrutar profissionais de empresas de ponta, como da consultora McKinsey, e de gigantes do Vale do Silício, como a Meta. Em 2018, antes da onda de financiamento do fundador da Oracle, o diretor mais bem pago do TBI recebia US$ 400 mil por ano. Em 2023, último ano com contas disponíveis, o maior salário chegou a US$ 1,26 milhão por ano.
Um ex-funcionário afirmou que o efeito dessa injeção de dinheiro foi tornar a cultura interna “tóxica pra caralho”, enquanto outros descreveram uma espécie de otimismo cego em relação à IA, que abafa nuances e força os limites do lobby em favor da Oracle.
Alguns funcionários do TBI — incluindo vários que saíram por esse motivo — dizem que a injeção de recursos gerou uma cultura tóxica no instituto, marcada por apadrinhamento e otimismo exagerado sobre IA que silencia divergências e expande as fronteiras do lobby em favor da Oracle.
Mais de 12 ex-funcionários que elaboraram recomendações de políticas para governos em nove países do Sul Global, dizem que o Instituto chegava a promover explicitamente os serviços da Oracle e atuar como um “motor de vendas” para soluções tecnológicas desconectadas das realidades locais.
Os veículos Lighthouse Reports e Democracy for Sale entrevistaram 29 funcionários e ex-funcionários do TBI, a maioria sob condição de anonimato.
A investigação faz parte do projeto A Mão Invisível das Big Techs, coalizão de 17 organizações de jornalismo trabalhando em 13 países, liderada pela Agência Pública e pelo Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), para investigar o lobby das Big Techs ao redor do mundo.
Respaldados por documentos públicos e em informações obtidas por meio de pedidos de leis de acesso à informação, os depoimentos descrevem uma organização excepcionalmente próxima do governo britânico, que realiza “retiros” em parceria com a Oracle e está disposta a se engajar em “venda de tecnologia” a governos em outras partes do mundo sob o pretexto de consultoria e às vezes em potencial prejuízo das populações locais.
“Quando se trata de política tecnológica, o papel do TBI é ir a economias em desenvolvimento e vender para elas as tecnologias de Larry Ellison. Oracle e TBI são inseparáveis”, disse um ex-conselheiro sênior no Reino Unido.
Um porta-voz do TBI afirmou: “TBI e Oracle são duas entidades separadas. Colaboramos com a Oracle para apoiar o trabalho que fazemos em alguns dos países mais pobres do mundo, e temos orgulho disso. […] O TBI não defende os interesses comerciais da Oracle, nem de nenhum fornecedor de tecnologiA Oracle se recusou a comentar quando contatada pela reportagem. A Larry Ellison Foundation também não respondeu ao pedido de comentários sobre a matéria.
Terra de esperança e de dados
Larry Ellison, empresário criado em Chicago (EUA), começou a se relacionar com Tony Blair fazendo doações de caridade e, posteriormente, sendo agraciado com contratos públicos. Em 2003, Larry Ellison e Tony Blair – então no auge do poder –, posaram para fotos em Downing Street, residência e sede oficial dos primeiros-ministros do Reino Unido, para marcar a doação de suprimentos a 40 escolas. Nos círculos de tecnologia, este tipo de prática é conhecida como “land and expand” (conquistar e expandir).
Desde então, a Oracle foi contratada centenas de vezes pelo governo britânico e faturou cerca de US$ 1,48 bilhão em receitas do setor público desde o início de 2022, segundo dados coletados por analistas de compras da empresa britânica Tussell.
Embora o fundador da Oracle tenha sido um apoiador tardio do então presidente dos EUA, Donald Trump, a CEO da empresa, Safra Catz, trabalhou na equipe de transição do republicano em 2016. Ellison tem sido celebrado por Trump como “o CEO de tudo” desde que ele voltou à Casa Branca, em 2025. Recentemente, Trump nomeou Ellison entre os investidores que teriam participação nas operações americanas do TikTok.
Quando Blair passou de ex-primeiro-ministro para consultor contratado da elite política e empresarial mundial, seu relacionamento com Ellison floresceu. Os dois passaram férias juntos na costa da Sardenha (Itália), em 2024.
Em 2022, o ex-primeiro-ministro gravou uma mensagem de vídeo para a Oracle elogiando a “visão compartilhada de avanço da saúde global”, com a criação de registros eletrônicos unificados de saúde “armazenados em um só lugar, onde podem ser analisados e utilizados com o objetivo de melhorar os resultados de saúde”.
As razões do interesse no Reino Unido é o serviço público de saúde (NHS) e seus dados populacionais. Especialistas em tecnologia falam sobre os registros de saúde britânicos em um tom quase silencioso. Enquanto a Europa e os EUA possuem alguns dados de saúde até comparáveis ao sistema de saúde britânico — como os registros médicos de veteranos de guerra nos EUA — nenhum possui a profundidade e a abrangência dos registros do NHS, que remontam a 1948. Seu valor comercial potencial foi estimado entre US$ 5,3 e US$ 12 bilhões por ano.
TBI, Partido Trabalhista Britânico e o serviço de saúde NHS
Em julho de 2024, Keir Starmer foi eleito o primeiro-ministro do Reino Unido, primeiro do partido trabalhista em 15 anos. Apenas cinco dias após depois da eleição, Tony Blair – um dos primeiros-ministros trabalhistas mais poderosos da história do Reino Unido, entre 1997 e 2007 – disse em uma conferência do TBI chamada “O futuro da Grã-Bretanha” que a IA era o “divisor de águas” que eles estavam procurando.
Em poucos meses, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer já repetia a linguagem de Blair e o TBI estava na posição central da nascente política de IA do governo, promovendo os interesses da Oracle e a visão de mundo de seu fundador.
“O TBI não está defendendo a construção dessa capacidade” dentro do serviço de saúde público, diz a professora Gina Neff, da Queen Mary University London. “Eles estão dizendo: vamos terceirizar para nossos parceiros”.
Em maio de 2024, o TBI publicou um relatório que pedia “duas ações radicais” para resolver o “problema de acesso a dados” do Reino Unido: criar uma “porta única” oferecendo “acesso contínuo” aos dados da saúde; e hospedar todos esses dados fora do NHS, mas mantendo o controle do programa pelo governo.
O TBI também teria promovido diretamente produtos da Oracle, chegando a criticar produtos de concorrentes. Em um documento de agosto de 2024 sobre “preparar o NHS para a era da inteligência artificial”, o TBI apontou “boas razões” para construir novos registros digitais de saúde com um sistema existente operado pela Oracle. O documento também afirmava que usar um sistema da empresa concorrente, no valor de US$443 milhões, seria “uma opção controversa” e que seu produto “tinha avançado lentamente, em parte devido à oposição de grupos em defesa da privacidade de dados.”
Em um documento posterior, o TBI recomendou integrar dados do NHS com mais dois órgãos, o Departamento de Trabalho e Previdência e a receita federal britânica. Os órgãos são clientes da Oracle, tornando a empresa uma clara favorita para potenciais novos contratos.
O porta-voz do TBI disse: “Não defendemos soluções tecnológicas porque trabalhamos com a Oracle. Trabalhamos com a Oracle e outras empresas de tecnologia porque acreditamos que a tecnologia é a chave para o futuro. O TBI é imparcial ao apoiar clientes governamentais na entrega de tecnologia. A escolha do fornecedor de tecnologia é exclusivamente uma decisão do governo. O TBI não se envolve nos processos de aquisição de nossos governos-clientes com empresas de tecnologia”.
Em outros casos, funcionários do TBI foram integrados diretamente ao governo, enquanto ainda recebiam salário do instituto. Tom Westgarth foi para o Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (DSIT), juntando-se à pequena equipe que trabalhava no Plano de Ação de Oportunidades em IA do governo. Seu salário continuou sendo pago pelo TBI. O plano de ação reflete muitas das posições políticas do TBI.
Documentos acessados por essa investigação também mostram que Blair interveio pessoalmente para instar Peter Kyle, seu ex-conselheiro e depois chefe da pasta do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo trabalhista, a adotar a IA, dizendo que “não há outra solução para a produtividade, nenhum outro caminho para o crescimento” e que a IA era “o futuro econômico do Reino Unido”.
Blair também encorajou Kyle a se reunir com o Ellison Institute of Technology, instituto de pesquisa com fins lucrativos que opera por meio de um grupo de empresas instaladas na cidade de Oxford e financiadas pelo fundador da Oracle. Em maio, Kyle orientou os funcionários do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação a trabalhar com o TBI no projeto da Biblioteca Nacional de Dados.
“Anexando o trabalho inicial de escopo do TBI aqui”, escreveu Kyle, então Secretário de tecnologia, em um e-mail enviado à sua equipe.
Um porta-voz do governo do Reino Unido afirmou que houve engajamento com uma “ampla gama de partes interessadas” no desenvolvimento da política, acrescentando: “O governo publica, trimestralmente, detalhes das reuniões de ministros e de certos altos funcionários com todos os indivíduos e organizações externas.”
Oracle e TBI: “Retiros” conjuntos com executivos
As conexões entre Oracle e TBI não são apenas retóricas. Em 2023, os retiros conjuntos entre ambas se tornaram comuns. Na sede do instituto, as equipes se reuniam com executivos da Oracle; o principal conselheiro de Blair, Macon-Cooney, e Awo Ablo — que passou a integrar o conselho tanto do TBI quanto da Oracle — às vezes estavam presentes.
Funcionários seniores do TBI também foram recebidos na sede da Oracle em Austin, Texas (EUA), coordenados por um funcionário do TBI cujo papel é “expandir e gerenciar” a parceria com a Oracle. Ex-funcionários lembram que houve outros retiros conjuntos “discretos” em propriedades de Ellison nos EUA.
“É difícil precisar o quão profundamente as duas [organizações] estão conectadas. Nas reuniões, ambas pareciam ser parte da mesma organização”, disse um ex-funcionário do TBI.
Até agora, pouco se sabia sobre a dimensão da influência de Blair sobre líderes mundiais e como sua fascinação por tecnologia e IA está direcionada ao marketing dos serviços de Ellison.
Conversas com mais de 12 ex-funcionários do TBI, que assessoraram ou elaboraram recomendações de políticas para governos em nove países do Sul Global, revelam como seu trabalho variava de promover explicitamente os serviços da Oracle e atuar como um “motor de vendas” a recomendar soluções tecnológicas potencialmente prejudiciais ou desconectadas das realidades locais.
Vários funcionários que trabalharam para o TBI durante a injeção de recursos de Ellison falam de uma mudança radical na cultura interna. Consultores da McKinsey assumiram posições seniores e entraram em choque de cultura com funcionários de formação humanitária e de desenvolvimento. Ex-funcionários dizem que isso levou o instituto a se afastar da elaboração de relatórios e recomendações por especialistas em questões de desenvolvimento social, passando a promover soluções tecnológicas agressivas de forma generalizada.
À medida que a parceria do TBI com a Oracle se aprofundou, funcionários da empresa de tecnologia começaram a consultar as agendas dos empregados do TBI e a marcar reuniões para descobrir o que a organização estava fazendo em diferentes países, a fim de “identificar oportunidades”, recorda um ex-funcionário. Logo, os empregados das duas entidades passaram a ter reuniões regulares.
Isso incomodava muitos funcionários do TBI. Alguns descreviam a necessidade de promover a tecnologia da Oracle mesmo sabendo que ela não era do melhor interesse do país em questão, e que até tinha potencial para causar danos.
O risco do chamado vendor-locking — amarrar um comprador a um único fornecedor — era motivo de preocupação. Um dos ex-funcionários do TBI afirmou que aconselhar governos a usar os serviços de nuvem da Oracle trazia o risco de “prendê-los” e “endividá-los” em sistemas que “inicialmente são gratuitos, mas que começam a cobrar no futuro”.
“Um braço de Larry Ellison” na África
Em Ruanda, onde o TBI atua há mais de 15 anos, o governo estava tão frustrado com a Oracle que lançou uma licitação pública em 2021 para um sistema de gerenciamento de banco de dados, afirmando que tinha “custos muito altos de suporte e licenciamento de sistemas Oracle e gostaria de migrar para um sistema mais acessível”.
Um porta-voz do TBI disse que o instituto não se envolve nos processos de aquisição de seus governos-clientes com empresas de tecnologia.
Os documentos financeiros do instituto mostram que o “suporte relacionado à tecnologia” foi oferecido a quatro dos cinco países de seu portfólio em 2022. Em 2020, antes do dinheiro de Ellison, houve oferta a apenas um entre cinco países.
Ex-funcionários afirmam que a abordagem “otimista em relação à tecnologia” da organização levou a um fracasso em reconhecer potenciais desvantagens ou perigos das soluções tecnológicas. Dois funcionários lembram que trechos sobre riscos começaram a ser removidos de relatórios preliminares por superiores.
Marvin Akuagwuagwu trabalhou como analista de dados na unidade Africa Advisory do TBI em 2022 e 2023, com foco na entrega de vacinas contra a Covid. Quando levantava preocupações legítimas, como a falta de fornecimento de energia e ameaças de cibersegurança ao introduzir novas tecnologias em países africanos, elas eram descartadas por colegas mais seniores.
“Sou africano, tenho experiência de vida, estava falando, mas não estava sendo ouvido. Era preciso minimizar essas questões negativas”, afirmou.
Akuagwuagwu também descreveu como o TBI pressionava por soluções de tecnologia e IA em países com problemas muito mais fundamentais a serem enfrentados: “Eles têm problemas com fome, pobreza, desemprego em massa, e nós estamos fazendo com que se comprometam com projetos sofisticados, como o uso de drones e IA.”
Na Etiópia, a desconexão era impressionante. Com o país à beira de uma guerra civil em 2020, o TBI trabalhava em uma proposta de política pública de IA que defendia a introdução de carros autônomos. Essa investigação teve acesso ao projeto, que cita o “enorme potencial de mercado global que carece de acesso a ambientes experimentais” e as “variações de terreno ideais e oportunidades regulares de testes no mundo real” do país.
A capital do Quênia, Nairóbi, onde há uma sede da ONU e grande presença diplomática, era um centro importante para o TBI. Mas ex-funcionários reclamam que um leque de trabalhos anteriormente amplo se reduziu a promover a tecnologia da Oracle como solução. A abordagem de vendas de tecnologia tornou-se tão explícita que um ex-funcionário sênior disse que o TBI estava se tornando “um braço de Larry Ellison”, visto como “colonizando” o espaço tecnológico local.
Funcionários do governo queniano receberam propostas da Oracle com tanta frequência, lembrou ele, que passaram a se referir sarcasticamente ao fundador da Oracle como “tio Larry”.
Para os funcionários que começaram a trabalhar no TBI antes da era Ellison, há um sentimento generalizado de desilusão. “Nunca houve uma organização na história que tivesse tantos recursos, tantas pessoas boas e fizesse tão pouco”, disse um deles.
A Mão Invisível das Big Techs é uma investigação transnacional e colaborativa liderada pela Agência Pública e o Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), em conjunto com Crikey (Austrália), Cuestión Pública (Colômbia), Daily Maverick (África do Sul), El Diario AR (Argentina), El Surti (Paraguai), Factum (El Salvador), ICL (Brasil), Investigative Journalism Foundation – IJF (Canadá), LaBot (Chile), LightHouse Reports (Internacional), N+Focus (México), Núcleo (Brasil), Primicias (Equador), Tech Policy Press (EUA) e Tempo (Indonésia). O projeto tem o apoio da Repórteres Sem Fronteiras e da equipe jurídica El Veinte, e identidade visual da La Fábrica Memética.