A advogada Adriana Mangabeira Wanderley encaminhou uma carta aberta a todas as principais autoridades do País solicitando a suspensão da sabatina da procuradora de Justiça de Alagoas, Marluce Caldas Bezerra, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com Adriana, o documento foi encaminhado aos 81 senadores, aos integrantes dos tribunais superiores, ao presidente da República, a todos os governadores, ministros e outras autoridades do governo federal. Ela declara ter recebido um e-mail de confirmação de que sua mensagem foi recebida pelo próprio gabinete presidencial.
Na carta, Adriana argumenta que a nomeação de Marluce constitui um “risco à moralidade e à credibilidade” da Corte, destacando que a procuradora ajuizou pelo menos seis processos judiciais contra ela. Os processos envolvem solicitações de indenização por danos morais, exclusão de postagens e suspensão da conta no Instagram. As publicações questionadas ligam a indicada ao STJ a supostos acordos políticos e a conexões com a Braskem, companhia acusada de causar o afundamento de bairros inteiros em Maceió.
Adriana afirma que suas manifestações são respaldadas pela liberdade de expressão e acusa a procuradora de tentar silenciar vítimas e críticos. A advogada também apresentou uma queixa-crime ao Tribunal de Justiça de Alagoas, acusando Marluce de denunciação caluniosa e abuso de autoridade.
A escolha de Marluce, tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), foi negociada com o suporte simultâneo de influentes opositores políticos em Alagoas, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Embora estivesse na lista tríplice do STJ, ela competia com candidatos com currículos mais sólidos nas áreas acadêmica e técnica, como Sammy Barbosa Lopes e Carlos Frederico Santos.
Ao final do documento, Adriana pede que a sabatina no Senado seja postergada até que as investigações sejam concluídas, alertando que a aprovação de Marluce nesse momento “poderia abalar a confiança da população na Justiça brasileira”.
Veja a Carta Aberta
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