O Distrito Federal registrou desperdício de água de 402.287 mil caixas d’água por dia em 2023, segundo o Estudo de Perdas de Água 2025 feito pelo Instituto Trata Brasil (ITB). A água perdida poderia ter atendido mais de 700 mil pessoas no DF e a efeito de comparação, foram desperdiçadas 121 piscinas olímpicas diariamente.
O estudo foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do que figuraram no Ranking do Saneamento de 2025.
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No ranking feito entre todos os estados, o Distrito Federal é a terceira unidade federativa que menos desperdiçou água, sendo 31,46% na perda da distribuição, atrás somente de Goiás (25,68%) e Tocantins (30,96%). Houve queda de dois pontos percentuais em relação a pesquisa divulgada pelo Instituto Trata Brasil, em 2024.
No Brasil, a definição de nível aceitável de perdas de água foi definida pela Portaria 490/2021, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que indica que para um município contar com níveis excelentes de perdas, deve ter no máximo 25% em perdas na distribuição e 216 L por ligação por dia até 2034.
A pesquisa explica que o processo de abastecimento de água podem ocorrer perdas por vários motivos, como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. “Esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas, o que deixa mais caro o sistema como um todo, prejudicando, em última instância, todos os usuários”, detalha o Instituto.
Brasil desperdiça 6 mil litros
O volume total de água não faturada em 2023, aproximadamente 5,8 bilhões de m³, equivale ao desperdício diário de 6.346 piscinas olímpicas de água tratada ou ao conteúdo de 21.153.224 caixas d’água domésticas, cada uma capaz de atender uma família de 5 pessoas durante um dia;
“Em ano de crise hídrica, considerando-se somente as perdas com vazamentos, o volume perdido de mais de 3 bilhões de m³ seria o suficiente para abastecer aproximadamente 50 milhões de brasileiros em um ano. O volume poderia abastecer toda a população da Espanha”, diz a pesquisa.
A amostra mesmo que com esse mesmo volume seria possível abastecer os 17,2 milhões de brasileiros que vivem em comunidades vulneráveis por quase dois anos.
Resposta da Caesb
Em Nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) informou que a redução de perda de água é prioridade estratégica da companhia e elencou uma série de ações operacionais, comerciais e de engenharia que seguem essa proposta:
• Melhoria em sistemas e monitoramento das redes, com tecnologia de ponta e automação, permitindo identificar anomalias com rapidez.
• pesquisa e reparo de vazamentos em campo, substituição de ramais e melhoria contínua de processos.
• Busca pela redução do tempo de reparo de vazamentos, com utilização de sistemas de informação geográfica, otimização de rotas, e ferramentas de Inteligência Artificial.
• Gerenciamento de pressões, por meio da operação e ajuste de válvulas que estabilizam o sistema e reduzem a ocorrência de rupturas.
• Modernização de hidrômetros, adoção de tecnologias mais precisas e medição por IoT dos consumos.
• Ações de fiscalização e combate a fraudes, envolvendo a identificação de irregularidades, ligações clandestinas e consumos não autorizados.
• Regularização de usuários, fortalecendo o uso adequado dos sistemas e reduzindo perdas aparentes.