O embate entre interesses políticos e a independência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Alagoas, tem tomado proporções significativas após recentes destinações financeiras por parte do prefeito de Maceió, JHC (PL), e do senador Rodrigo Cunha (Republicanos), para a entidade.
No último fim de semana, a sede da OAB-AL foi palco de uma festa junina, custeada com R$ 280 mil provenientes da prefeitura, o que gerou descontentamento em um grupo de advogados que aponta vínculos político-partidários entre o prefeito, o senador e a Ordem. Para esses profissionais, tais laços comprometem a independência da entidade, transformando-a em instrumento de campanha eleitoral antecipada.
Além disso, a assinatura de um convênio entre o senador Rodrigo Cunha e a Prefeitura de Maceió para destinar R$ 1 milhão à OAB-AL, visando a conclusão de obras de restauração em sua antiga sede, também tem sido motivo de debate. A ação foi interpretada como uma estratégia para garantir apoio político à gestão municipal e, consequentemente, à possível reeleição do atual prefeito.
Dirigentes da OAB-AL elogiaram publicamente tanto o prefeito JHC quanto o senador Cunha, o que intensificou as críticas sobre a perda de independência da entidade. Para muitos advogados, essa situação revela uma falta de transparência e compromete os princípios éticos da instituição.
A repercussão negativa da aliança política entre prefeitura e senador gerou um cenário inédito na história da OAB-AL, levantando questionamentos sobre a independência da entidade e a legitimidade de suas ações. Enquanto isso, a gestão municipal enfrenta críticas por supostamente usar recursos públicos para fins eleitorais, prejudicando sua imagem perante a sociedade alagoana.