Área de risco da Braskem pode ser maior do que estimado, aponta documento da CPRM

Foto: Instagram Ricardo Melro

Foto: Instagram Ricardo Melro

Uma nova revelação pode ampliar a dimensão do desastre ambiental causado pelo afundamento do solo em Maceió. O coordenador do Núcleo de Direitos Difusos e Coletivos, Ricardo Melro, divulgou em seu Instagram que recebeu um documento oficial da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), datado de 2022, que apresenta informações inéditas sobre a extensão da área afetada.

O relatório, identificado como Nota Técnica 04/2022, sugere que a delimitação da zona de risco pode estar incorreta, indicando subsidência (afundamento gradual do solo) em bairros que não foram oficialmente reconhecidos como ameaçados. Entre as regiões citadas no documento estão Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Bom Parto e Marquês de Abrantes. Além disso, foram detectadas movimentações no solo além da Avenida Fernandes Lima, o que levanta questionamentos sobre a evolução do problema nos últimos dois anos.

Risco de colapso e falhas no monitoramento

O relatório técnico também alerta para o risco estrutural decorrente da subsidência, destacando que qualquer afundamento pode comprometer construções e infraestrutura na área. Rachaduras já foram identificadas, mas, segundo o documento, a comprovação de sua relação com o afundamento exige estudos aprofundados.

Outro ponto crítico é a limitação dos métodos de monitoramento utilizados até então. A interferometria, técnica empregada para medir deslocamentos do solo, pode não detectar subsidências menores que 5 mm por ano, o que significa que pequenas movimentações podem estar sendo ignoradas. A CPRM recomenda a adoção de Laser Scanner e topografia detalhada para obter medições mais precisas, mas, até o momento, tais ações não foram implementadas.

Subestimativa do desastre e falta de medidas concretas

De acordo com a análise do documento, a área de risco pode ter sido subestimada desde 2022, expondo a população a perigos não reconhecidos oficialmente. Os impactos sociais, econômicos e psicológicos do desastre continuam sem uma mitigação adequada, e a ausência de novos estudos agrava a incerteza sobre a real extensão do problema.

Diante dessas revelações, especialistas e moradores cobram providências urgentes das autoridades. Entre as recomendações apresentadas no relatório, destacam-se:

O documento analisado apresenta a velocidade de afundamento medida em 2022, sem considerar o acúmulo do processo desde 2018. Isso pode significar uma subestimação da gravidade da situação.

A sociedade civil e especialistas agora exigem esclarecimentos da CPRM e da Defesa Civil para compreender o cenário atual e garantir medidas preventivas eficazes. Enquanto isso, moradores continuam vivendo sob incerteza, sem garantia de que os impactos desse desastre ambiental estejam sendo devidamente controlados.

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