Além de articular para emplacar seu sucessor na presidência da Câmara, o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), está cada vez mais preocupado com seu próprio futuro político. De acordo com fontes próximas, as recentes pesquisas internas do Progressistas indicam que a disputa para o Senado em 2026, pela qual duas vagas estarão em jogo em Alagoas, poderá ser mais acirrada do que Lira esperava.
Lira tem expressado abertamente seu desejo de deixar a Câmara e buscar uma cadeira no Senado em dois anos. No entanto, os números das pesquisas internas mostraram um cenário menos favorável do que o previsto, o que tem gerado apreensão. O possível embate com Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula, torna a disputa ainda mais complexa, uma vez que Calheiros é cotado para ser o principal candidato do centro no estado.
Para mitigar os desafios, Lira se empenha em garantir que Hugo Motta (Republicanos-PB) seja seu sucessor na Câmara. A continuidade de um aliado na presidência da Casa é vista como estratégica para manter Lira em evidência no cenário nacional nos próximos anos, aumentando suas chances de sucesso em 2026.
Desde que assumiu a presidência da Câmara em 2021, Lira consolidou sua posição como uma das figuras mais influentes no Congresso, mas a impossibilidade de reeleição o coloca em uma situação delicada. Ele teme enfrentar o mesmo destino de seu antecessor, Rodrigo Maia, que após perder protagonismo, não tentou se reeleger deputado federal em 2022.
O apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá ser um ativo importante para Lira em Alagoas, já que a expectativa é de que ele dispute o Senado com essa aliança. Porém, a forte presença de Renan Calheiros e seu grupo político, respaldado pelo governo federal, complica o cenário para Lira, que precisará de uma articulação hábil para garantir sua relevância tanto em Brasília quanto em seu estado natal.
Matéria editada: Fonte Metrópoles