Quase metade das jogadoras da seleção brasileira feminina se prepara para disputar a Copa do Mundo pela primeira vez. Em compensação, no banco da Canarinho, a técnica Pia Sundhage irá para o seu quinto Mundial – o terceiro à beira do gramado –.
A história de Pia em Mundiais se confunde com a própria criação da Copa do Mundo Feminina, já que ela estreou justamente na edição inaugural da competição. A atual treinadora brasileira atuava como atacante da Suécia, país onde nasceu. Por coincidência, um dos quatro gols marcados pela ex-atacante naquela Copa foi contra o Brasil, no jogo em que a Seleção foi eliminada.
A Suécia só cairia nas semifinais, contra a vizinha e rival Noruega. Mas na disputa do terceiro lugar, Pia e suas companheiras golearam os Estados Unidos por 4 a 0 e garantiram uma medalha.
Pia voltou a ser convocada quatro anos mais tarde, desta vez para jogar a Copa do Mundo em casa. Mas apesar da proximidade da torcida, a Suécia foi eliminada nas quartas de final, contra a China, nos pênaltis. Aos 35 anos, a atual técnica da Canarinho deixou o Mundial com um gol marcado, três a menos que na Copa anterior.
Mudança de função
Pia se tornou treinadora mesmo anos antes de deixar os gramados. Entre 1992 e 1995, ela ocupou a função de jogadora/treinadora no Hammarby, da Suécia.
Mesmo demonstrando a vocação de forma precoce, a sueca demorou mais de 15 anos para comandar uma seleção em um Mundial. Isso aconteceu pela primeira em 2011, quando Pia esteve à frente dos Estados Unidos.
Naquela campanha, as norte-americanas chegaram à decisão pela primeira vez em 12 anos. Mas a final não teve o desfecho esperado para as favoritas, que foram surpreendidas pela zebra japonesa e perderam nos pênaltis.
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Pia em campo contra a Noruega, durante a Copa do Mundo Feminina de 1991
Crédito: Fifa
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Pia Sundhage no sorteio dos grupos da Copa do Mundo Feminina de 2011, em Frankfurt
Crédito: Stuart Franklin – FIFA/FIFA via Getty Images
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Pia Sundhage comemora vitória dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte, no Mundial de 2011
Crédito: Alex Livesey – FIFA/FIFA via Getty Images
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Pia recebeu a medalha de prata do Mundial de 2011 das mãos do então presidente da Fifa, Joseph Blatter
Crédito: Christof Koepsel/Getty Images
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Pia Sundhage com a comissão técnica da Suécia na Copa do Mundo Feminina de 2015
Crédito: Maddie Meyer – FIFA/FIFA via Getty Images
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Foto oficial de Pia Sundhage para a Copa do Mundo Feminina de 2023
Crédito: Thais Magalhães/CBF
No ano seguinte, Pia assumiu a seleção sueca, dias após conquistar o ouro olímpico com os EUA em Londres. Mas o primeiro Mundial à frente da seleção do país natal foi aquém do esperado. Após três empates na fase de grupos, a Suécia caiu nas oitavas de final com uma goleada por 4 a 1 diante da Alemanha.
Contraste olímpico
Apesar de não ter vencido nenhuma Copa do Mundo, Pia tem um currículo praticamente impecável em Jogos Olímpicos. Como treinadora, conduziu os Estados Unidos às medalhas de ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012. Quatro anos mais tarde, liderou a Suécia à prata nos Jogos do Rio, tendo eliminado o Brasil nos pênaltis, nas semifinais, em pleno Maracanã.
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Nova chance
Em busca do título inédito, para ela e para o Brasil, a técnica sueca começa sua nova caminhada em mais um Mundial no dia 24 de julho, contra o Panamá.