A Braskem está tomando medidas judiciais para pressionar moradores de Maceió a aceitarem acordos relacionados aos danos causados por sua atuação na região. A petroquímica recorre a processos de liquidação de sentença contra aqueles que não chegaram a um valor de indenização ou que não participaram do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF), que é voluntário.
A empresa afirmou que esses processos de liquidação estão previstos em acordos com as autoridades e que os moradores podem solicitá-los sem arcar com os custos da perícia. Até agosto, a Braskem registrou 19.164 propostas de compensação financeira, com 18.670 indenizações já pagas. Apenas 76 propostas foram formalmente recusadas.
A situação é angustiante para muitos moradores afetados. A advogada Andréa Karla Cardoso Amaral, 55, expressou sua dificuldade em reconhecer a casa onde viveu por 13 anos, após ser forçada a deixar o imóvel em novembro do ano passado devido ao risco de desabamento de uma mina da Braskem. Desde então, a residência tem sido alvo de furtos e depredações, e o estado de abandono se agrava com ferrugem e sujeira.
A Braskem, em sua defesa, destaca que os processos judiciais são uma etapa necessária para garantir que todos os afetados possam receber compensações devidas. No entanto, a pressão sobre os moradores gera preocupações sobre a efetividade dos acordos e o impacto emocional e social nas comunidades afetadas. A situação continua a evoluir, à medida que os moradores buscam formas de garantir seus direitos e a reparação pelos danos sofridos.