O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu sinal verde na manhã desta quarta-feira (1º) para a venda da NSP Investimentos, subsidiária da Novonor (antiga Odebrecht) que detém a participação controladora na petroquímica Braskem (BRKM5). A aquisição foi aprovada em favor de um fundo de investimento ligado ao empresário Nelson Tanure, um movimento que encerra um longo e frustrado ciclo de tentativas de desinvestimento por parte da Novonor.
A notícia teve um impacto imediato e robusto no mercado. Logo após a aprovação do Cade, por volta das 10h20, as ações da Braskem dispararam na Bolsa de Valores. Os papéis reagiram com uma alta de 5,18%, atingindo a cotação de R$ 6,91. O desempenho positivo, que refletiu o otimismo dos investidores com a definição do futuro acionista, foi mantido ao longo do dia, apesar das flutuações normais do pregão.
Novela da Novonor chega ao fim
A Novonor, que detém 50,1% do capital votante da Braskem, vinha tentando se desfazer de sua fatia na companhia há alguns anos, mas encontrava dificuldades em concretizar um negócio. As tentativas anteriores, que envolveram gigantes como Adnoc, LyondellBasell, Unipar Carbocloro e J&F, não chegaram a um acordo final.
O mais recente entrave ocorreu em maio, quando a Braskem recebeu uma proposta de compra do fundo Petroquímica Verde. No entanto, o prazo de exclusividade para negociação expirou em agosto sem que a operação fosse selada, levando a companhia a negociar a participação com seus credores e a gestora IG4 na sequência.
A aprovação da venda para o fundo de Tanure representa um alívio para a Novonor. Na última sexta-feira (27), a empresa havia informado ao mercado que contratou assessores financeiros e jurídicos. O objetivo era realizar um diagnóstico financeiro e avaliar alternativas para otimizar sua estrutura de capital, sinalizando a necessidade urgente de dar uma solução à sua participação na Braskem.
Com o aval do Cade, a transação abre um novo horizonte para a Braskem e encerra um período de incerteza acionária, trazendo maior clareza e previsibilidade ao futuro da petroquímica no Brasil.