A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é um problema que afeta cerca de 30% da população brasileira e ocorre quando a força do sangue contra as paredes das artérias se mantém elevada.
Embora fatores genéticos estejam presentes em grande parte dos casos, o estilo de vida tem influência direta sobre o surgimento e o agravamento da hipertensão.
Estima-se que cerca de 90% dos diagnósticos tenham relação hereditária, mas obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e noites mal dormidas também contribuem para o aumento da pressão arterial.
O cardiologista Alexandre Anderson, do Hospital Brasília unidade Águas Claras Dasa, chama atenção para o impacto dos hábitos desde cedo.
“Os hábitos de vida na infância e na adolescência, principalmente os relacionados à prática de atividades físicas e à escolha de alimentos saudáveis, podem determinar o surgimento da hipertensão arterial no início da vida adulta”, afirma.
O que é hipertensão?
- A pressão alta, ou hipertensão arterial, ocorre quando há uma alta força exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos, quando ele é bombeado pelo coração.
- A medicina considera que há um quadro de pressão alta quando os valores ultrapassam os 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio) ou 14 por 9.
- Tontura, falta de ar e dor de cabeça são sintomas comuns da pressão alta. No entanto, na maioria das vezes, a pessoa não apresenta indícios que acusem o problema e só o descobre quando o quadros é grave.
- Apesar de não ter cura na maioria das vezes, a hipertensão tem controle com medicamentos e a adoção de hábitos saudáveis.
Diante desse cenário, além do tratamento medicamentoso quando indicado, a adoção de hábitos saudáveis e escolhas alimentares adequadas se torna parte essencial do controle da pressão e da prevenção de complicações cardiovasculares.
Alimentação como aliada no controle da pressão
Segundo o médico nutrólogo Felipe Gazoni, que atua em São Paulo, a alimentação exerce papel central no controle da hipertensão, inclusive entre pessoas que não apresentam excesso de peso ou levam uma vida ativa. Ele lembra que o problema pode afetar diferentes perfis, inclusive crianças, o que reforça a importância de escolhas alimentares consistentes ao longo da vida.
Entre os alimentos que mais contribuem para o controle da pressão estão frutas e vegetais ricos em potássio. “Alimentos como banana, laranja, espinafre e batata ajudam a equilibrar os níveis de sódio no organismo, o que favorece a regulação da pressão arterial”, explica.
Cereais integrais e fontes de gorduras boas também entram na lista. Gazoni destaca a aveia pelo teor de fibras solúveis, associadas à redução da pressão, e os peixes ricos em ômega 3, como salmão, atum e sardinha, conhecidos pelos benefícios à saúde do coração e pelo efeito anti-inflamatório.
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Castanhas, alho e beterraba também podem fazer parte da rotina alimentar. “Amêndoas, sementes de girassol e linhaça são opções práticas e ricas em nutrientes que auxiliam no controle da pressão”, afirma o especialista.
O alho, segundo ele, possui substâncias que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos, enquanto a beterraba se destaca por ser fonte de nitratos naturais, que melhoram a circulação e favorecem a dilatação das artérias.
Outro alimento citado é o tomate, que contém licopeno e outros compostos antioxidantes associados à proteção cardiovascular e à redução da pressão arterial.
Variedade e qualidade fazem diferença
O cardiologista Roberto Yano reforça que nenhum alimento isolado resolve o problema, mas a combinação certa pode trazer benefícios importantes. Para ele, manter uma rotina alimentar variada é essencial para aproveitar os efeitos positivos de diferentes nutrientes no controle da pressão arterial.
Segundo o especialista, a dieta mais indicada para pessoas com hipertensão é a mediterrânea, que prioriza alimentos frescos e naturais, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais, azeite de oliva e peixes.
“Frituras, embutidos, alimentos processados e alimentos gordurosos devem ser evitados, pois são os principais causadores de placas ateroscleróticas e podem não só aumentar a pressão arterial, como também elevar o risco de infarto ou derrame cerebral”, alerta.
