Casal gringo preso no DF teme ação da máfia por desviar R$ 5,6 milhões

A defesa do casal gringo preso no Distrito Federal, acusado de liderar um esquema internacional de fraude financeira e lavagem de dinheiro que teria causado prejuízo de € 900 mil (cerca de R$ 5,6 milhões) a empresas europeias, afirmou que os dois correm risco de morte em caso de extradição. “Nossos clientes estão convictos de que, caso haja uma extradição, eles serão mortos pela máfia da Geórgia”, disse o advogado Fellype Ribeiro.

Após a prisão pela Polícia Federal (PF), Erick Jorgensen foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo da Papuda, enquanto Ekaterine Jorgensen foi encaminhada ao Presídio Feminino do Gama, a Colmeia.

Entenda o caso:

Golpe do vinho

De acordo com documentos enviados pelas autoridades estrangeiras, a investigação aponta que os Jorgensen criaram uma rede de empresas de fachada para atrair investidores internacionais.

Ekaterine registrou na Geórgia a VCM LLC, companhia com nome semelhante à norte-americana Vinito Capital Management LLC, pertencente ao casal. A intenção era dar aparência de legitimidade ao negócio, simulando atividades na produção e no comércio de vinhos.

Com base nessa estrutura, Erick Jorgensen – usando a identidade falsa de “Erik Sabelskjold” – convenceu empresários europeus a aplicar valores vultosos em contratos fictícios de gestão de investimentos.

Títulos falsos

Em maio de 2020, o francês Pierre Escourrou, proprietário da empresa ferroviária M.F.I Maintenance Ferroviaire Industriel, teria transferido 100 mil euros acreditando investir no setor de vinícolas. Dois meses depois, foi a vez de a britânica Bovell Global Macro Fund SP ser convencida a aplicar outros 500 mil euros em títulos que não possuíam qualquer valor real.

As apurações apontam que parte dos valores obtidos de forma fraudulenta foi transferida para contas pessoais do casal, além de empresas de fachada mantidas na Geórgia e nos Estados Unidos.Foram rastreados, entre maio e agosto de 2020, depósitos que totalizam mais de 600 mil euros desviados das empresas lesadas. A quantia teria sido pulverizada em diferentes contas, incluindo a Vini Cielo LLC e a Vinito Wines LLC, ligadas diretamente a Erick e Ekaterine.

Com isso, os investigadores concluíram que o casal também praticava lavagem de dinheiro, na tentativa de dar aparência de legalidade ao patrimônio ilícito.

 

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