Apesar de o consumo desenfreado de álcool estar relacionado a diversas doenças, como a gordura no fígado, aterosclerose, arritmia e insônia, o pesquisador Edward Slingerland, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, defende que um porre de vez em quando faz bem.
O americano é filósofo e estuda a relação da humanidade com o consumo de bebidas alcoólicas de uma perspectiva psicológica, arqueológica, histórica e neurocientífica. Para ele, o consumo moderado e social do álcool une as pessoas, as mantém conectadas às suas comunidades e reduz o estresse, além de proporcionar troca de informações e a construção de redes de contato.
“O problema em pensar que não há quantidade segura de álcool é ignorar o prazer que ele traz. Se os riscos são o motivo para baní-lo, então deveríamos parar de dirigir carros? Automóveis são perigosos, mas também temos que pensar nos benefícios em usá-los. A quantidade segura de álcool é aquela que não atrapalha a funcionalidade do indivíduo”, aponta Slingerland, em entrevista ao Metrópoles.
Quantidade segura de álcool
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade moderada de álcool, que pode ser consumida com segurança, é de 10 gramas de etanol puro. Recomenda-se que homens e mulheres não excedam duas doses por dia — o que é equivale a 350 ml de cerveja, ou uma lata com teor alcoólico de 3,5%.
“A cerveja, na verdade, é o jeito mais seguro de consumir álcool porque tem uma dosagem relativamente baixa. Acredito que essa seria a abordagem ideal para integrar uma relação saudável com a bebida. É melhor do que apenas banir e taxar a pessoa que bebeu uma dose como bêbada”, observa o pesquisador.
Ele aborda a relação da bebida alcoólica com a humanidade e a saúde das pessoas no livro Embriagados, que foi lançado nessa quarta-feira (30/8).
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