Cheiro de maconha: gerente puxa faca para clientes em confusão de bar

Durante uma discussão provocada pela suspeita de consumo ilegal de maconha, o gerente do bar Porks, em Águas Claras (DF), mostrou uma faca para clientes, na noite desse sábado (20/12). Inicialmente, o caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como ameaça.

Veja:

Os frequentadores negaram o consumo de maconha no bar. Membros do grupo teriam fumado cigarros de tabaco em área aberta. Segundo os clientes, o gerente teria se descontrolado, quando nenhum deles estaria mais fumando. E após derrubar uma mesa com bebidas, mostrou a faca para os consumidores.

Já segundo o bar, houve fumo de maconha. O gerente pediu diversas vezes que as pessoas parassem de consumir o entorpecente, mas não foi atendido.  De acordo com estabelecimento, dois membros do grupo envolvido teriam partido para cima do gerente e por isso ele colocou a mão na faca.

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O Metrópoles conversou com o coordenador comercial Luis Henrique Santana, de 32 anos, que estava entre os clientes. “Nós estávamos em um grupo de, mais ou menos, 10, 15 pessoas. Era todo mundo amigo de trabalho. Trabalhamos ali próximo. Já é de costume sair do trabalho, tomar um chopezinho e ir para casa”, contou.

Segundo ele, os garçons do bar teriam avisado que não seria autorizado fumar no local. Os pedidos foram atendidos. E, a princípio, ninguém chegou a fumar maconha. “Não tinha mais ninguém fumando, chega o gerente de uma forma bem truculenta para ameaçar mesmo. Ele estava gritando”, relatou.

O gerente teria então mandado o grupo retirar todas as bebidas das mesas, caso contrário ele iria virá-las. O grupo ficou surpreso e um consumidor questionou a ordem, pois as bebidas haviam sido compradas. Nesse momento, o próprio gerente teria virado a mesa e derramado todas as bebidas.

Faca

Os clientes protestaram. “Nesse exato momento ele puxou da cintura uma faca de caça. Ela tinha no mínimo uns 20 centímetros e começou a ameaçar o pessoal. Ele estava xingando a gente. Ninguém estava indo para cima dele para ameaçar. Ninguém fez nada. Todo mundo ficou estarrecido com a situação”, lembrou Luis Henrique.

De acordo com ele, o grupo não partiu para cima do gerente. “Não teve confronto”, resumiu. Os frequentadores começaram a filmar a cena. O gerente teria guardado a faca na cintura e se dirigido para o interior do bar. O clientes ligaram para a Polícia Militar (PMDF). O gerente foi detido e levado para a 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

“Como um estabelecimento permite um colaborador trabalhar armado? Isso oferece perigo para todo mundo. A gente não sabia o que ele poderia fazer com outras pessoas. O que preocupou a gente foi o excesso do gerente. A gente sempre frequenta ali e nunca aconteceu nada. A gente fica com medo. Tirou a gente do eixo”, desabafou.

“O que deixou a gente estarrecido foi o excesso. Se ele tivesse chegado e falado, pessoal, realmente não dá, vocês não podem fumar aqui, todo mundo tinha levantado e saído da mesa de forma bem tranquila. A gente entende as regras. Mas o fato dele virar a mesa e tirar um faca da cintura e ameaçar foi o ponto. Fica o sentimento de medo”, reforçou.

Maconha, por quatro vezes

Em depoimento para a PCDF, o gerente afirmou que sentiu o cheiro de maconha vinda mesa e por isso pediu o fim do consumo. No entanto, o cheiro voltou logo depois. Novamente, ele teria informado que o estabelecimento não permitia a prática. Mas, pela terceira vez, o aroma da droga foi percebido. O responsável pelo bar foi ao grupo e teria alertado que se a praticasse persistisse eles seriam retirados do estabelecimento.

Após alguns minutos, pela quarta vez o cheiro de maconha teria sido percebido no bar. O gerente foi até o grupo e começou a desmontar as mesas. Um dos clientes teria juntados as bebidas em uma só mesa. Na sequência, argumentou: “Quero ver quem vai derrubar “. O gerente pegou a mesa e as bebidas e caíram no chão.

Neste momento, o consumidor teria partido para cima do profissional e outras pessoas teriam tentado cercá-lo, formando uma roda. O gerente disse em depoimento que teria então colocado a mão na cintura e puxado uma faca de trabalho. Na sequência, os clientes teriam recuado e se dispersado.

Não permitimos drogas

A direção do Porks defendeu o gerente, reforçando a versão do colaborador. “Nessa mesa, havia uma pessoa específica usando droga/entorpecente (Maconha)! Em nosso ambiente, não permitimos o uso, então por diversas vezes chegaram colaboradores do bar solicitando para que não fosse usado!”, argumentou o estabelecimento.

Segundo o bar, o suposto consumo gerou incomodo para vários clientes frequentadores da casa, que inclusive solicitaram providências. “A gerência do bar chegou até a mesa pedindo para que parasse o uso, pois já havia sido pedido várias vezes, e foi falado para todo grupo, que se essa pessoa não parasse, teríamos que pedir para se retirar! Dito isso, a pessoa insistiu e continuo!”, completou.

Além disso, de acordo com o estabelecimento, dois integrantes do grupo teriam começado a falar em voz alta e se dirigir com palavras de alto calão para o gerente iniciando a confusão. “No momento da confusão, em forma de se proteger ele colocou a mão na cintura com uma menção de que teria uma faca/canivete em uma resposta rápida de proteção já que 2 indivíduos foram em sua direção para uma tentativa de agressão! Nisso eles recuaram, então não houve nenhuma agressão física de ambos lados, e a confusão finalizada.”, afirmou.

“Dentro de todo cenário envolvido, a polícia foi acionada porém esses dois integrantes que iniciaram a discussão, e também a pessoa que usava entorpecente se retiraram”, argumentou. Segundo o bar, todas as imagens das câmeras do estabelecimento serão enviadas para a PCDF e testemunhas também irão prestar depoimento.

“O Porks é um bar democrático, temos aceitação de todo público. Porém não aceitamos esse cenário onde não se respeita o ambiente. O Porks respeita todos os clientes, e vamos buscar sempre um ambiente melhor para todos que estão na casa! O Bar é uma ambiente acolhedor, não temos histórico algum de brigas no bar dentro de mais de cinco anos! Existiu esse cenário onde pessoas se exaltaram após uma sequência de erros de um indivíduo! Porém é um cenário isolado que está sendo resolvido e será analisado pelo órgão competente!”, concluiu.

O Metrópoles tentou contato com o gerente. O espaço segue aberto para manifestações.

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