O implante de próteses de silicone mamárias está entre os procedimentos estéticos mais realizados no Brasil. Segundo dados de 2024 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 232.593 mil mamoplastias de aumento são realizadas anualmente no país. A cirurgia é realizada para fins estéticos ou em casos de reconstrução mamária devido à mastectomia.
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No entanto, em agosto, o Brasil registrou o primeiro caso de um tipo extremamente raro de câncer de mama associado ao implante mamário de silicone. O relato foi publicado na revista científica Annals of Surgical Oncology e descrito por uma equipe liderada pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Apesar da descoberta, Oliveira afirma que o procedimento é seguro e o silicone continua sendo o material mais indicado para uso estético e reconstrutivo.
“Os procedimentos com implantes mamários de silicone são seguros e eficazes, e o caso brasileiro não é motivo para alarde. Trata-se de uma situação muito rara que, por sua raridade, requer atenção dos especialistas para um diagnóstico precoce e tratamento adequado”, explica o especialista.
Há relação entre câncer e implante mamários de silicone?
Não há evidências científicas robustas que relacionem o aumento do risco de câncer de mama em mulheres a partir do uso de implantes. Segundo o cirurgião plástico Alexandre Piassi Passos, a incidência da doença em pacientes com próteses é semelhante à da população geral.
Por outro lado, existe uma condição extremamente rara chamada linfoma anaplásico de grandes células associado ao implante mamário (BIA-ALCL). “Mesmo nesse caso, trata-se de um evento pouquíssimo frequente e o diagnóstico e tratamento são bem estabelecidos”, esclarece o diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
A oncologista Patrícia Werlang Schorn, especialista em câncer de mama, também afirma que o silicone não causa esse tipo de câncer. Na verdade, ao implantar a prótese feita de um material não humano, o organismo reage a ele como um corpo estranho, gerando um processo inflamatório.
“Essa inflamação ativa células do sistema imunológico, e em casos extremamente raros, pode estar relacionada ao desenvolvimento de tumores, mas não de mama, e sim linfomas”, explica a coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Cuidados com as próteses
Embora o silicone seja considerado seguro, ele não está livre de riscos. Além da contratura capsular – que ocorre quando a prótese endurece, podendo causar dor e deformidades –, pode haver ruptura da prótese, que libera pequenas quantidades de gel de silicone.
O material pode se depositar em linfonodos próximos, formando siliconomas. “Geralmente, nesses casos, é necessário substituir ou retirar a prótese”, diz Patrícia.
O implante mamário com silicone é utilizado para fins estéticos ou para reconstrução mamária
É essencial lembrar que mulheres com próteses de silicone façam acompanhamento médico regular para avaliar a integridade do material e possíveis complicações. Ao realizar exames de imagem, sempre deve ser indicada a presença do silicone para permitir uma visualização melhor do tecido mamário.
Importância do procedimento
O implante mamário com silicone é um procedimento extremamente seguro e altamente regulamentado pelos setores responsáveis. Não há contraindicação do procedimento cirúrgico como prevenção ao câncer. Ao realizar a operação, o médico deve informar a mulher os possíveis riscos e complicações, a fim de que o paciente tome a melhor decisão.
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