O Internacional anunciou em nota oficial que o zagueiro Rodrigo Moledo foi suspenso provisoriamente após ser pego no exame antidoping na partida contra o Metropolitanos-VEN, pela Libertadores.
A substância supostamente encontrada foi a ostarina, a mesma que foi detectada no exame do também zagueiro Manoel, do Fluminense, no mês passado.
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O Inter pediu a contraprova da amostra e afirmou que “dará o devido suporte ao atleta por meio de seu departamento jurídico”. “Registramos, por fim, a confiança na idoneidade do atleta e esperamos que tudo seja devidamente esclarecido”, terminou a nota do Inter.
Na partida, realizada em 25 de maio, na Venezuela, Moledo foi titular e atuou durante todo jogo, vencido pelo Inter por 2 a 1.
Por que a ostarina é considerada doping
“A ostarina apresenta efeitos anabólicos muito semelhantes aos esteroides”, explica Renata Brasil, nutricionista esportiva, à CNN. “Ela atua exclusivamente dentro da célula muscular, o que promove esse ganho de força. Por isso, é muito utilizada também por fisiculturistas e praticantes de musculação”.
“Ela tem efeitos colaterais diferentes dos esteroides sintéticos, além de ter uma meia-vida mais curta, em média de 24 horas. A vantagem a ostarina, também, é que ela já começa a apresentar efeitos físicos para o rendimento, tanto de resistência quanto de ganho de força, em doses baixas, de até 3 miligramas, o que contribui para o aumento do seu uso”, concluiu Renata Brasil.
Substância tirou Tandara da Olimpíada
A ostarina é a mesma substância que fez Tandara Caixeta, oposta da Seleção Brasileira de Vôlei Feminino, deixar os Jogos Olímpicos de Tóquio antes da semifinal contra a Coreia do Sul.
Na época, a CNN ouviu especialistas em medicina esportiva, que explicaram o impacto da ostarina na performance de um atleta.
Por que a ostarina é proibida?
A substância é proibida em competição e fora de competição. É um tipo de anabolizante.
“Essa substância estimula a formação de músculos e, por isso, é considerado um doping. Aumenta a força e a potência muscular”, explicou Fernanda Lima, médica do esporte do ambulatório de medicina esportiva do Hospital das Clínicas da USP.
A médica afirmou que a ostarina não é uma medicação autorizada pela Anvisa e sua prescrição é proibida no Brasil. Dependendo da dose, substâncias desse tipo podem ficar até cinco dias no corpo, mas a média comum é de 12 a 36 horas.
É possível ingerir ostarina de forma acidental?
Sim, é possível, e as defesas costumam alegar isso em casos de doping. “Essas contaminações podem ser acidentais em caso de produto manipulado ou se o atleta usa suplemento que vem de fora e que não tem uma regulação pelo órgão do país”, diz Fernanda.
É comum a ocorrência de contaminação cruzada, quando o atleta faz uso de um suplemento ou medicamento e não sabia que estava contaminada com a substância proibida. Ainda assim, para as autoridades antidoping, o atleta é responsável por tudo que é encontrado em seu corpo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Conmebol suspende zagueiro do Internacional por doping; saiba mais no site CNN Brasil.