Uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelou que o controle da pressão arterial elevada, quando combinado a mudanças nos hábitos, pode prolongar a vida em até 14 anos — ou ao menos eliminar o excesso de risco de morte prematura associado à hipertensão.
O estudo, que acompanhou cerca de 71 mil pessoas com hipertensão ao longo de 13 anos e 7 meses, demonstrou que, quanto maior o número de fatores de risco controlados, menor é o risco de óbito precoce — inclusive comparável a pessoas sem hipertensão.
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No início da investigação, os pesquisadores definiram “morte prematura” como falecimento antes dos 80 anos — faixa em que o risco pode ser modificado.
Entre os participantes hipertensos, cada fator adicional controlado (como índice de massa corporal, circunferência da cintura, colesterol LDL, hemoglobina glicada, albuminúria, tabagismo ou atividade física) reduziu o risco de morte prematura em 13% para óbito por qualquer causa, 12% para câncer e 21% para doenças cardiovasculares.
Ao longo da trajetória, os autores constataram que aqueles hipertensos que controlaram ao menos quatro desses fatores atingiram risco de mortalidade semelhante ao de pessoas sem hipertensão. Já o controle ideal — com seis ou mais fatores estáveis — esteve associado à redução de até 55% no risco de morte prematura por todas as causas.
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A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é uma doença que ataca o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, o cérebro e pode afetar drasticamente os rins. É causada quando a pressão fica frequentemente acima de 140 por 90 mmHg
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Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterial
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Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamente
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Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhos
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A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmácia
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Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão
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Ao apresentar quaisquer sintomas, um cardiologista deve ser procurado. Por ser uma doença que não tem cura e que pode causar problemas cardiovasculares, o diagnóstico precoce diminui consideravelmente quadro mais graves e irreversíveis
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Somente um especialista é capaz de diagnosticar casos de hipertensão e indicar o tratamento necessário para diminuir sintomas e consequências da doença. Geralmente, a utilização de remédios e repouso são indicados
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Contudo, caso a pressão se mantenha superior ao indicado, ou seja, 140/90 mmHg após uma hora, o paciente deve procurar imediatamente um hospital para tomar anti-hipertensivos intravenosos
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Para além dos números, o que o estudo aponta de modo mais amplo é que o tratamento da hipertensão não deve se limitar apenas à medicação ou à pressão arterial.
Ele sugere uma abordagem multidimensional, na qual a combinação de pressão controlada com peso adequado, cintura em medida normal, colesterol sob controle, atividade física regular e não tabagismo possibilita neutralizar o impacto da hipertensão sobre a expectativa de vida. Em outras palavras: a hipertensão deixa de ser “sentença” se esses fatores forem bem gerenciados.
Embora o estudo seja observacional e inclua majoritariamente adultos de origem europeia, o tamanho da amostra e o longo período de acompanhamento conferem robustez aos achados. Ainda assim, os autores apontam que não consideraram mudanças desses fatores ao longo do tempo — ou seja, o quadro de risco pode ter evoluído após o registro inicial.
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