Na madrugada de terça-feira (28/10), equipes integradas da Polícia Civil e Polícia Militar deflagraram a Operação Contenção nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, segundo autoridades estaduais, teve como alvo núcleos do Comando Vermelho (CV) e encontrou resistência armada intensa.
A Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) estima o valor do arsenal em R$ 12,8 milhões; somando munições, carregadores e miras, o prejuízo estimado ao Comando Vermelho pode chegar a esse montante.
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Além dos fuzis, foram recolhidas pistolas, explosivos, grande quantidade de munição e drogas. As peças serão periciadas para identificar rotas e fornecedores; armas em bom estado poderão ser reaproveitadas pelas forças de segurança.
“Fuzis Frankenstein”
Uma parte de procedência estrangeira e outra composta por armas montadas no Brasil a partir de peças importadas, os chamados “fuzis Frankenstein”
As investigações agora vão focar na origem dos armamentos e nas rotas de entrada no país. Autoridades também informaram apreensão de pistolas, explosivos e toneladas de drogas; os armamentos serão periciados para identificar fornecedores e vínculos internacionais.
O governo estadual descreveu a operação como uma das maiores apreensões de armas de guerra já realizadas em um único dia no estado. Há variação nas cifras e relatos entre veículos e fontes oficiais sobre números de presos e mortos — por isso as autoridades seguem atualizando os dados.
Fuzis apreendidos
AR-15
- Calibre típico: .223 Rem / 5,56×45 mm (varia conforme versão).
- Capacidade: carregadores de 20–30 tiros (varia).
- Uso: carabina / fuzil semiautomático ou seletor de tiro — popular em versões civis e militares.
- Observação: muitos exemplares apreendidos podem ser variantes ou peças compatíveis montadas localmente.
AK-47
- Calibre típico: 7,62×39 mm.
- Capacidade: carregadores curvos de 30 tiros.
- Uso: fuzil de projeto soviético, robusto e difundido globalmente; comum em conflitos e tráfico internacional de armas.
FAL
- Calibre típico: 7,62×51 mm NATO.
- Capacidade: carregadores de 20 tiros (em geral).
- Uso: fuzil de combate (design belga), amplamente usado por forças armadas e também oriundo de desvios.
G3
- Calibre típico: 7,62×51 mm NATO.
- Capacidade: carregadores de 20 tiros.
- Uso: fuzil de batalha (design alemão), comum em arsenais militares de países sul-americanos.
AR-10
- Calibre típico: 7,62×51 mm NATO (versões variadas).
- Capacidade: carregadores de 20–25 tiros.
- Uso: similar ao FAL em potência; plataforma AR de maior calibre.
Benelli MR1
- Tipo: carabina semiautomática (Benelli MR1 é fabricada para mercado civil/militar leve).
- Calibre: geralmente 5,56×45 mm (dependendo da configuração).
- Observação: é menos comum entre “fuzis de guerra” clássicos, mas aparece em operações pela disponibilidade no mercado.
Mauser
- Observação: o termo pode remeter a diferentes modelos históricos (Mauser 98 e variações); em contexto atual pode se referir a rifles de precisão ou peças de origem europeia.
- Calibre e capacidade: variam conforme modelo.
Muitos fuzis foram apontados como “Frankenstein” — montagens feitas com peças diversas (algumas importadas legalmente) e receptores ou parte inferior fabricados ou alterados nacionalmente.
A perícia técnica vai apontar exatamente quais são originais, falsificados ou montados