O Grupo Record está promovendo nesta semana uma série de cortes em diversas áreas de sua operação em São Paulo. Segundo a informação dada em primeira mão no início da tarde de segunda-feira (17/7) pelo site Notícias da TV, de Daniel Castro, os cortes devem se estender ao longo desta semana e podem atingir mais de 200 profissionais, de um total de três mil, incluindo afiliadas.
Vale lembrar que no começo do mês o grupo já havia fechado sua filial em Sorocaba (SP) e demitido todos os profissionais que lá atuavam. Ainda de acordo com o Notícias da TV, somente a Teledramaturgia deve ficar de fora, pois está sob gestão da Igreja Universal do Reino de Deus, que produz a novela Reis e compra horário na Record.
Em nota, a Record informou que as decisões foram necessárias para adaptar sua operação em um período de reformulação de investimentos. No ano passado o grupo registrou um prejuízo de R$ 517 milhões, um recorde histórico, e a previsão é que neste ano os números poderiam ser ainda piores.
O que se vê, agora, é a Record sendo obrigada a se reestruturar para garantir a sobrevivência do negócio, assim como fazem a Globo, o SBT, a Band e a RedeTV. A elite da televisão brasileira faz sacrifícios para vencer os desafios econômicos.
Essas redes têm conseguido faturamento relevante com a venda de espaço nos intervalos e produtos associados à programação, como assinaturas de seus streamings. O pior problema é o aumento ininterrupto dos custos de operações. Está cada dia mais caro manter as TVs no ar.
A Globo, por exemplo, conseguiu receitas de R$ 15,1 bilhões em 2022, melhor resultado em vários anos. Mesmo assim, registrou prejuízo de R$ 41 milhões ao considerar o pagamento de juros, impostos e outras obrigações financeiras. Ou seja, o dinheiro entra, mas a conta está tão alta que inviabiliza o lucro.
Diante da exigência de diminuir despesas para voltar ou se manter no azul, os canais são obrigados a abrir mão de talentos. Na TV da família Marinho, a opção foi não renovar o contrato de centenas de atores e demitir repórteres veteranos com altos salários.
A Record afirmou que “desligamentos foram necessários, mas com respeito ao ser humano acima de tudo, às leis e às regras trabalhistas”.
Ainda que sejam afetadas por lucro menor ou prejuízo, as cinco maiores emissoras do país não correm risco de inadimplência ou falência. A maioria delas possui reservas e investimentos bancários.