Após a suspeita de intoxicação por metanol do rapper Hungria Hip Hop, internado desde a manhã desta quinta-feira (2/10), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disponibilizou um canal de atendimento para casos de novas suspeitas.
De acordo com a pasta, a equipe do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) foi reforçada e, na ocorrência de um caso suspeito de intoxicação por metanol, a população deve entrar em contato por meio dos telefones 99288-9358 e 0800 644 6774, para orientações sobre o manejo clínico.
Além disso, deve ser realizada notificação imediata obrigatória ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal (CIEVS-DF), com preenchimento e envio da ficha de intoxicação exógena do SINAN para o e-mail notificadf@saude.df.gov.br.
Investigação
A Secretaria de Saúde também informou que o caso do rapper Hungria cumpre os critérios da definição de suspeita, mas ainda permanece em investigação pela Vigilância Epidemiológica, por meio do CIEVS-DF.
“Intensificamos as ações de fiscalização em bares, restaurantes, quiosques, trailers e distribuidoras do Distrito Federal, em virtude do caso suspeito de intoxicação por metanol no DF”, ressaltou a nota.
A pasta também afirmou que, além do consumo na distribuidora onde Hungria comprou a vodca, mais unidades da mesma bebida foram adquiridas em uma rede de supermercados 24 horas do DF.
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“A partir da identificação do lote suspeito, foi realizada a interdição cautelar do estoque de toda a rede. As amostras foram encaminhadas para análise laboratorial do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa)”, disse a SES-DF.
De acordo com a secretaria, a rede de supermercados está dando suporte à apuração da ocorrência, entregando todas as notas fiscais dos produtos à Vigilância Sanitária, a fim de dar continuidade à ação.
Cantor em observação
Hungria foi internado às pressas, na manhã desta quinta-feira (2/10), com sintomas compatíveis com o consumo de metanol. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a confirmar, em coletiva de imprensa, que o artista estava intoxicado pela substância, mas voltou atrás e alertou que ainda faltam resultados de exames.
De acordo com boletim médico divulgado na tarde desta quinta pelo Hospital DF Star, Hungria “no momento encontra-se internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea. Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica”. Não há previsão de alta hospitalar.
O músico apresentou cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Na noite anterior, ele comprou bebida alcoólica na distribuidora Amsterdan, em Vicente Pires, antes de ir à casa de amigos, na mesma região administrativa.
O estabelecimento foi fechado pela Polícia Civil do DF (PCDF) e pela Vigilância Sanitária do DF por não apresentar licença para funcionamento. A distribuidora sequer iniciou com as documentações necessárias para regularizar a situação, isto é, não apresentou declaração ao Corpo de Bombeiros, à DF Legal, à Defesa Civil, à Vigilância Sanitária e ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Lotes de bebidas alcoólicas como uísque, vodca e gin, contidos na distribuidora, foram apreendidos e vão passar por análise no Instituto de Criminalística (IC) da PCDF, que tem competência para identificar metanol.