Dinamarca indeniza pacientes por perda de visão ligada ao Ozempic

A Dinamarca concedeu indenização a quatro pacientes que perderam parte da visão após usar medicamentos como Ozempic e Wegovy. A decisão foi anunciada nesta sexta feira (21/11) pela Associação Dinamarquesa de Indenização a Pacientes.

No total, os pacientes irão receber cerca de 800 mil coroas dinamarquesas, o equivalente a aproximadamente R$ 665 mil reais.

Os medicamentos, usados para diabetes e perda de peso, contêm semaglutida. Em junho, o comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos informou que o composto pode estar associado, em raros casos, à neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica, conhecida como NAION.

A condição provoca danos permanentes ao nervo óptico e pode levar à perda irreversível da visão. Após essa avaliação, as bulas de Ozempic e Wegovy foram atualizadas na Europa para incluir o risco, estimado em até um caso a cada 10 mil pacientes.

O que é NAION?

Primeiros casos analisados

A associação, que avalia reclamações de pacientes em nome do Estado, recebeu 43 pedidos de indenização relacionados à perda de visão possivelmente ligada aos medicamentos. Até agora, cinco casos foram analisados, com quatro decisões favoráveis e um indeferimento.

A análise é considerada complexa porque envolve uma doença rara e porque muitos dos pacientes já pertenciam ao grupo de risco para desenvolver NAION.

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Segundo o órgão, os especialistas avaliam cada caso individualmente, levando em conta o tempo de uso do medicamento e o intervalo entre a interrupção e o início dos sintomas. Estudos sugerem que o risco não aumenta entre quem utilizou o remédio por mais de 14 meses sem apresentar sinais da doença.

Impactos na rotina dos pacientes

A associação informou ainda que o valor das indenizações pode ser ampliado caso fique comprovado que a perda de visão impactou a capacidade de trabalho dos pacientes. Alguns dos afetados relataram dificuldade para dirigir, ler ou até enxergar os próprios pés ao caminhar.

O Metrópoles entrou em contato com a Novo Nordisk, fabricante dos dois medicamentos, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

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