Nesta terça-feira (24), o dólar apresentou queda em relação ao real, impactado pela divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). O comitê anunciou o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que agora está em 10,75% ao ano.
Apesar do aumento, o documento não indicou claramente qual será o próximo ajuste na Selic, que deverá ser discutido na reunião marcada para novembro. No entanto, o BC reafirmou seu “firme compromisso” em alinhar a inflação à meta estabelecida, sinalizando que novos aumentos nos juros podem ocorrer nos próximos meses.
A elevação da Selic torna o Brasil mais atraente para investidores internacionais, especialmente num momento em que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, está reduzindo suas taxas de juros. Essa diferença nas políticas monetárias tende a favorecer o real, uma vez que investidores buscam retornos mais altos em mercados como o brasileiro.
A ata também destacou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho no Brasil estão mais dinâmicos do que o previsto, mas apontou preocupação com a falta de avanços em reformas estruturais e na disciplina fiscal. O Banco Central criticou o “esmorecimento no esforço” do governo federal para implementar essas reformas, o que mantém um clima de cautela entre os investidores.
Esse cenário fiscal tem sido um dos principais pontos de incerteza para o mercado. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) de 2024 mostrou uma contenção de despesas abaixo das expectativas, o que aumentou a preocupação sobre a sustentabilidade das contas públicas e pode influenciar a confiança dos investidores nos próximos meses.