A família do motorista de aplicativo Elias Alves dos Santos Filho (foto em destaque), de 37 anos, esfaqueado no pescoço no Distrito Federal (DF) deseja duas coisas: a recuperação da trabalhador e justiça.
“É uma dor muito grande ver uma pessoa de bem em cima de uma maca”, desabafou a esposa do motorista, a analista administrativa, Synara de Albuquerque Santos, 33.
Elias e Cynara têm uma filha de 11 anos e vivem no DF. Alves é encarregado geral de construção civil, mas trabalha como motorista de aplicativo como um bico, uma renda extra para ajudar no sustento da família.
“Elias é uma pessoa muito tranquila. É muito centrado na família. A gente busca melhorar a vida. Infelizmente isso aconteceu. Mas Elias é muito família”, comentou Synara com a voz embargada.
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Elias estava cansado da vida de motorista. Mas a renda extra estava ajudando o casal a realizar sonhos. Synara recentemente se formou em Enfermagem e planejava ingressar na nova profissão por concurso público.
“O Elias estava buscando terminar a faculdade de Engenharia Civil, para atuar na área. Estávamos buscando ter uma melhor qualidade de vida”, contou.
Com a renda extra o casal deixava as contas em dia e tinha um pouco mais de estabilidade financeira, inclusive diante de imprevistos.
O motorista foi esfaqueado por um passageiro no pescoço durante uma viagem em Ceilândia (DF), na madrugada de domingo (26/10). Segundo a família, Elias precisa de um leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
HRC
Elias está no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). De acordo com a esposa, o estado do motorista é estável, mas grave.
“Por mais que falem que ele está estável, a situação é grave. A gente não sabe o que vai acontecer. Ele precisa do leito de UTI o quanto antes”, pediu a esposa.
Segundo Synara, Elias tinha feito uma viagem para Águas Lindas de Goiás (GO) e recebeu um novo pedido de corrida para a Quadra 201 do Recanto das Emas (DF).
“Só que no meio do caminho, na QNJ, houve um anúncio de assalto”, contou a analista. Elias foi esfaqueado no pescoço e o passageiro saiu do carro.
O motorista, mesmo ferido, seguiu dirigindo até o HRC. Mas, antes de chegar, sofreu um acidente. Colidiu com um poste. Por coincidência, havia uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) por perto que socorreu Elias.
Fratura no pescoço
A Polícia Militar (PMDF) também foi ao local. A facada atingiu o lado direito do pescoço. Segundo Synara, o golpe cortou pelo menos uma artéria de Elias. Além disso, os médicos identificaram uma fratura no pescoço.
Elias passou por cirurgia. Está sedado e intubado. A família ainda não sabe se o motorista sofrerá sequelas após a internação. “Informaram que ele precisa de leito de UTI. E até agora ele não conseguiu”, lamentou.
O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia). A princípio, a ocorrência é tratada como tentativa de latrocínio.
Saúde
A Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que o paciente está regulado para leito de UTI com o suporte necessário ao quadro de saúde que apresenta. Mas não declarou quando ele terá acesso.
Segundo a pasta, os pacientes que aguardam por leito de UTI são regulados conforme gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves e os judicializados.
A transferência para o leito é realizada mediante vaga disponibilizada. De acordo com a secretaria, a vacância dos leitos ocorre mediante alta dos pacientes que já os ocupavam previamente.
“Enquanto aguardam essa disponibilidade, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital em que estão internados”, prometeu.