Familiares e amigos do jovem Isaac Augusto de Brito Vilhena de Moraes, de 16 anos, homenagearam o adolescente na manhã deste domingo (19/10), na Praça Maria Cláudia Del’Isola, na SQS 112/113 Sul, em Brasília. Na última sexta-feira (17/10), o garoto foi morto a facadas no local, durante um assalto.
Dezenas de pessoas participaram do encontro, incluindo colegas do Colégio Militar de Brasília, onde o garoto estudava. O momento foi marcado por comoção e protestos. Moradores da região deixaram cartazes na praça, nos quais pedem por segurança na região após o crime.
A mãe de Isaac, Jane Vilhena, agradeceu a presença e o carinho de todos.
Veja o vídeo:
Crime brutal
- Isaac era morador da 112 Sul. Ele foi descrito por vizinhos como um rapaz “educado e simpático” e “de bom coração”.
- De acordo com moradores, o adolescente estava jogando vôlei na quadra, vestido com uniforme escolar, quando ao menos seis adolescentes o abordaram e levaram o celular dele.
- Ele correu atrás dos ladrões para tentar pegar o aparelho de volta e, nesse momento, acabou atacado e ferido.
- De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Isaac foi socorrido em estado gravíssimo e levado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
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Homenagem ao jovem Isaac teve a presença de 250 pessoas, na manhã deste domingo (19/10)
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Na ocasião, moradores, amigos e familiares de Isaac estavam usando roupa branca e levando balões da mesma cor. Em determinado momento, foi feita uma oração, o grupo cantou e soltou os balões. Bastante emocionados, jovens choravam e se abraçavam, ainda incrédulos com tamanha barbárie.
Abalado, o pai de Isaac, Lucas Vilhena, falou sobre a relação familiar e de proximidade que tinha com o filho. Ele detalhou que entrou na vida do garoto quando ele tinha apenas 3 anos de idade.
O encontro foi organizado por Cristina Del’Isola, fundadora do Movimento Maria Cláudia pela Paz, com o propósito de “emanar luz ao jovem e transmitir amor solidário à família”. Cristina é mãe de Maria Cláudia Del’Isola, jovem assassinada em 2004, aos 19 anos, em um crime bárbaro que chocou os moradores do Distrito Federal.
Adolescentes detidos
Dos sete adolescentes apreendidos e identificados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), apenas três participaram diretamente do latrocínio que tirou a vida de Isaac. Todos os envolvidos são moradores do Paranoá e do Itapoã.
A coluna Na Mira conversou com o delegado Rodrigo Larizzatti, que estava de plantão na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DCA I) no dia do crime. Ele detalhou a investigação e relatou a frieza dos jovens ao serem apreendidos. “Eles caçoam da lei e das vítimas. Não demonstram empatia nem arrependimento”, afirmou Larizzatti.
Na delegacia, os adolescentes foram apelidados por agentes como “demônios mirins”, diante da frieza demonstrada. Apenas um deles se preocupou em perguntar se Isaac havia morrido.
“Os demais riam, debochavam, trocavam olhares de zombaria. Foi chocante”, relatou o delegado Rodrigo Larizzatti.
Em depoimento, os adolescentes contaram que foram à Asa Sul inicialmente para encontrar uma menina. No trajeto, no entanto, decidiram cometer assaltos. Cerca de 30 minutos antes do ataque que terminou na morte de Isaac, o grupo tinha abordado outra vítima com a mesma estratégia.