Moradores e empreendedores de Feliz Deserto, cidade localizada a cerca de 115 quilômetros de Maceió, denunciaram ao Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) a empresa Geomineração Exploração Mineral Ltda. A companhia é acusada de exploração predatória de areia no município, fornecendo o material à Braskem S/A para tamponamento das minas da multinacional na capital alagoana.
A representação apresentada ao MPF/AL solicita a suspensão imediata da retirada de areia em Feliz Deserto e a investigação dos impactos ambientais e sociais decorrentes dessa atividade. Os denunciantes também reivindicam a recuperação dos danos causados e a implementação de medidas de compensação ambiental.
Dentre os impactos ambientais apontados, destacam-se a formação de grandes crateras nas áreas de extração, gerando lagos que podem se tornar focos de doenças como Dengue e Chikungunya; rachaduras em residências próximas devido às vibrações das máquinas e ao tráfego intenso de caminhões carregados de areia; e a deterioração das vias de acesso ao município, agravada pelo fluxo constante de veículos pesados, que operam 24 horas por dia.
De acordo com um comerciante local, estima-se que a exploração tenha retirado cerca de 600 mil metros cúbicos de areia, equivalentes a aproximadamente 1.700 toneladas, com uma média de 720 viagens de caminhões-caçamba por mês.
Os denunciantes também solicitam que a Defesa Civil, tanto municipal quanto estadual, avalie os riscos à população, e que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) seja acionado para analisar os impactos ambientais e geológicos da atividade.
A representação foi assinada por diversas entidades, incluindo o Observatório Ambiental/AL, a BRcidades Maceió e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). O MPF/AL ainda não se manifestou sobre o caso.