Através das redes sociais, Lara Souza, a esposa do ativista brasiliense, Thiago Ávila, de 30 anos, pediu que o Exército de Israel liberte o seu companheiro e todos os membros da frota da Global Sumud Flotilla que foi interceptada nessa quarta-feira (1/10), enquanto buscavam abrir corredor humanitário na Faixa de Gaza.
“Pela segunda vez, Thiago foi sequestrado pelo exército israelense quando estava a bordo do Flotilla para levar ajuda humanitária para Gaza. Esse é mais um crime de guerra cometido pelo Estado de Israel”, disse Lara no vídeo publicado no perfil de Ávila. O ativista chegou a ser deportado em junho deste ano, na primeira tentativa de chegar à Faixa de Gaza.
Militares de Israel interceptaram, nessa quarta-feira (1°/10), alguns dos barcos que levavam ativistas de várias partes do mundo até Gaza. Entre as pessoas que estavam nas embarcações está o ativista brasiliense Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg.
Em um dos vídeos divulgados pela Global Sumud Flotilla é possível ver a ação do exército de Israel e em um deles aparece Thiago Ávila utilizando um colete salva-vidas ao lado dos outros tripulantes.
Veja momento em que os barcos são interceptados:
A esposa informou que Israel só deve dar informações sobre os detidos nesta sexta-feira (3/10). “Eles não cometeram crime nenhum, que eles voltem para suas casas, para suas famílias. Que a gente não tenha que esperar 48h para ter que ter informações deles”
“Peço a todos que se mobilizem, participem de atos, pressionem o governo e peçam que tragam Thiago e os outros ativistas de volta para casa em segurança. As flotilhas são ações legitimas e não violentas, precisamos cobrar que o governo israelense sofra consequências por mais essa violação”, exclamou a esposa do ativista.
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KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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Ativista brasileiro embarca em nova missão para a Faixa de Gaza
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No sábado, a Casa Marx vai sediar o primeiro debate presencial com Thiago Ávila desde seu retorno ao Brasil
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Essa é a segunda vez que Ávila embarca para Gaza
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Thiago se recusou a assinar papéis da deportação
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Thiago Ávila já foi acusado pelo MDFT por crime ambiental
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Thiago Ávila recebeu voz de prisão de agentes do GDF
Reprodução / Instagram
Entre os barcos detidos por Israel está o Alma, em que estavan Thiago, Greta, entre outros. No Sirius, outro barco, estavam os brasileiros Luizianne Lins (PT), deputada federal do Ceará, Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo Psol, Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro, Bruno Gilga, funcionário da USP e ativista da CSP-Conlutas, entre outros.
Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos integrantes ou para onde eles foram levados. Em nota oficial, a coordenação internacional da Global Sumud Flotilla informou que, “apesar da interceptação de algumas embarcações, a Global Sumud Flotilla encontra-se a 70 milhas náuticas da costa de Gaza e seguirá adiante sem se deixar deter”.
O que dizem os governos
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, diz que acompanha com preocupação a interceptação pela marinha israelense de embarcações da “Flotilha Global Sumud” e recordou o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha.
“O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas Reitera, nesse contexto, exortação pelo levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em consonância com as obrigações de Israel, como potência ocupante, à luz do direito internacional humanitário”, disse em nota.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv diz que está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
Nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou nessa quarta-feira (1/10) que os integrantes dos barcos “foram parados com segurança e os passageiros estão sendo transferidos para um porto israelense”.
“Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”, escreveu o ministério.
Além disso, o ministério informou também que todos os ativistas a bordo da Flotilha Global Sumud serão deportados. Segundo o órgão, eles estão sendo conduzidos ao país para os procedimentos de deportação. Na postagem, eles ainda referem à flotilha como “Hamas-Sumud” e afirma que os passageiros estão em seus “iates”.
“Passageiros do Hamas-Sumud em seus iates estão viajando em segurança e paz para Israel, onde seus procedimentos de deportação para a Europa começarão”, informou o ministério nesta quinta-feira (2/10).