A identificação de “falhas graves em dados e análises” fez com que a editora BMJ Group retirasse do ar um estudo amplamente divulgado que associava o vinagre de maçã ao emagrecimento.
Segundo a pesquisa, publicada em março de 2024 na revista científica BMJ Nutrition, Prevention & Health, um dos periódicos da empresa, o consumo diário de pequenas quantidades do vinagre de maçã estava ligado à perda de peso de pessoas com sobrepeso ou obesidade.
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A retratação foi motivada por incongruências em algumas partes do trabalho, incluindo a abordagem estatística dos dados, valores estatísticos não críveis, confiabilidade dos dados brutos, relatórios de métodos inadequados, além da falta de registro da abordagem sistemática dos ensaios clínicos. As questões violam a política editorial do BMJ Group.
Helen ressalta que a decisão foi baseada nas preocupações levantadas sobre a pesquisa. “Agimos quando necessário em prol da transparência e da importância de corrigir o registro científico”, diz.
“Por mais tentador que seja alertar os leitores sobre um recurso aparentemente simples e útil para perda de peso, no momento os resultados do estudo não são confiáveis, e jornalistas e outros não devem mais fazer referência ou usar os resultados deste estudo em nenhuma reportagem futura”, alerta Helen Macdonald, editora de ética de publicação e integridade de conteúdo do BMJ Group, em comunicado publicado em 23 de setembro.
Estudo não passa em teste de confiabilidade
O estudo recebeu críticas logo após a publicação, obrigando a equipe de integridade de conteúdo do BMJ Group a avaliar a confiabilidade do trabalho. Foram realizadas tentativas de replicar os resultados e examinar a autenticidade dos dados. No entanto, os avaliadores não conseguiram repetir as conclusões apresentadas pelos autores, além disso, erros analíticos foram detectados.
Também foram identificadas irregularidades no conjunto de dados e em seu relatório. Por fim, concluiu-se que as informações coletadas de cada participante necessitariam de uma análise independente mais aprofundada.
Os responsáveis pela pesquisa defenderam que as incoerências constatadas foram “erros honestos”, mas concordaram com a retratação do estudo.
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