Moradores do bloco N da quadra 411 Norte relataram que foram informados, por meio de um grupo de mensagens do prédio, sobre o caso de estupro e tentativa de feminicídio ocorrido na madrugada deste sábado (20/12), na Asa Norte.
Segundo a moradora Cláudia Alves, de 51 anos, a mensagem compartilhada no grupo informava que um servidor da limpeza encontrou uma poça de sangue em uma área comum do bloco e comunicou o fato à síndica do condomínio. Ainda de acordo com os relatos, as imagens das câmeras de segurança foram verificadas, e o alerta foi repassado aos moradores.
Ninguém teria presenciado o que aconteceu no local onde o sangue foi encontrado e, até aquele momento, a Polícia Militar não havia sido acionada especificamente para apurar o vestígio.
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Área comum da quadra 411 Norte, onde moradores relataram ter sido encontrada uma poça de sangue após estupro ocorrido na madrugada
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Região da 411 Norte, na Asa Norte, onde estupro e tentativa de feminicídio ocorridos na madrugada aumentaram a sensação de insegurança
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Moradores da 411 Norte dizem que poça de sangue foi encontrada por servidor da limpeza horas após crime registrado na quadra
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A comerciante Andrea Alfaia, de 48 anos, proprietária da Alfaia Cerâmicas, afirma que episódios de criminalidade na quadra não são recentes e que precisou reforçar a segurança do estabelecimento diante da crescente sensação de insegurança na região.
“Já tivemos furtos de carros neste estacionamento. O meu foi um dos únicos que não foi levado e, depois disso, instalei uma grade na porta do comércio. Dou aulas de cerâmica e algumas turmas são à noite, então precisamos redobrar os cuidados. Depois desse crime, o medo só aumentou”, afirmou.
Moradora da quadra há cerca de 40 anos, Kerley Alessandra, de 46 anos, diz que, embora episódios de violência façam parte da rotina da região, o crime registrado neste sábado provocou um impacto diferente entre os moradores.
“Aqui sempre teve briga de bar, confusão, uso de drogas. Mas estupro nunca tinha acontecido. Isso deixou todo mundo muito assustado”, disse.
Segundo ela, o medo já interfere diretamente na rotina. “A polícia orienta a não circular à noite. A gente faz compras antes de escurecer, evita sair”, relatou.
O crime
O crime ocorreu na madrugada deste sábado (20/12), no pilotis de um bloco da quadra 411, na Asa Norte. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Rafael Silva Lima, de 19 anos, atacou uma mulher que caminhava pela quadra. Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito andando ao lado da vítima momentos antes da agressão.
As gravações registram o momento em que o homem parte para cima da mulher, que tenta resistir, mas acaba imobilizada e violentada. A agressão teria durado cerca de 15 minutos, de acordo com a investigação.
Após o ataque, a vítima foi encontrada com diversas lesões na área comercial da 411 Norte e socorrida para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde permanece internada em estado gravíssimo, com risco de morte.
Rafael foi localizado e preso em flagrante pela Polícia Militar ainda na região. Durante a abordagem, ele apresentava manchas de sangue, escoriações e sinais de luta corporal. Segundo o delegado Marco Farah, da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), durante a revista pessoal — procedimento padrão antes do encaminhamento à cela — foi constatado que o suspeito ainda estava com um preservativo no órgão genital.
A investigação aponta indícios de que vítima e agressor se conheciam e que ambos estariam sob efeito de álcool ou outras substâncias no momento do crime. O caso é investigado como estupro e tentativa de feminicídio.
