Três pessoas morreram após infecção pelo vírus de Marburg na Etiópia e outras três mortes são investigadas por possível relação com a doença hemorrágica. A confirmação foi feita nesta segunda feira (17/11) pelo Ministério da Saúde do país, que monitora o avanço do surto no sul do território.
Investigação em andamento e contenção do surto
Na última sexta feira (14/11), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que ao menos nove casos foram detectados no sul da Etiópia. O anúncio veio dois dias depois de o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC) ter sido notificado sobre a possível circulação de um vírus hemorrágico na região.
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Em nota, o Africa CDC afirmou que a doença causada pelo vírus de Marburg foi confirmada pelo Laboratório Nacional de Referência da Etiópia. As primeiras análises sugerem que a cepa identificada é semelhante às cepas que já circularam na África Oriental. Equipes locais e internacionais trabalham agora para rastrear contatos, identificar a origem da transmissão e interromper a cadeia de contágio.
Entenda o histórico recente
- A região vive uma sucessão de eventos envolvendo o vírus. Em janeiro, um surto na Tanzânia causou 10 mortes antes de ser controlado.
- Ruanda anunciou, no fim de 2024, o encerramento de seu primeiro episódio de Marburg, que resultou em 15 óbitos e levou o país a testar uma vacina experimental.
- Atualmente, não há imunizante aprovado nem tratamento antiviral específico para a doença.
- O manejo clínico se baseia em hidratação oral ou intravenosa e no controle dos sintomas, o que pode aumentar as chances de sobrevivência.
As autoridades iniciaram ações de contenção na região de Jinka, onde os casos foram detectados. O órgão informou que atuará em parceria com o governo etíope para reforçar o monitoramento e reduzir o risco de disseminação para países vizinhos.
O Marburg pertence à mesma família do Ebola e é considerado um dos patógenos mais perigosos conhecidos. A infecção provoca febre alta, hemorragias, vômitos e diarreia intensa, com período de incubação que pode chegar a 21 dias. A taxa de mortalidade varia de 25 a 80%, dependendo da capacidade de resposta dos serviços de saúde.
A OMS reforça que a transmissão ocorre pelo contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas ou por meio de animais silvestres, como macacos e morcegos frugívoros.
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