A cidade de Maceió enfrenta mais uma perda trágica relacionada aos danos causados pela mineração da Braskem. Elenilma Silvestre de Souza, de 40 anos, morreu nesta quinta-feira, 21, no Hospital Geral do Estado (HGE), após ser encontrada em estado gravíssimo por familiares. Ela foi vítima de envenenamento, ao lado de sua mãe, Dona Pureza, de 63 anos, que cometeu suicídio, também envenenada.
De acordo com informações do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), a tragédia ocorreu na residência onde mãe e filha viviam, no bairro afetado pelas operações da mineradora. A idosa, que sofria com as consequências do impacto ambiental, deixou um bilhete escrito antes de sua morte, no qual expressava sua angústia e desilusão com os danos causados pela atividade da empresa. O bilhete dizia: “Cada vez que eu vejo os benefícios da Braskem, a minha desilusão aumenta. Estou cada vez mais depressiva em saber que vou ficar nesse isolamento para sempre.”
Vizinhos relataram que Dona Pureza teria ingerido veneno e, ao que parece, também envenenado a filha, que sofria de deficiência intelectual, além de um gato de estimação. A situação é mais uma evidência da crise de saúde e emocional vivida por muitos moradores de áreas impactadas pela mineração, que convivem com o medo constante da instabilidade do solo e com os efeitos psicológicos do isolamento social imposto pelos danos ambientais.
A morte de Elenilma e o suicídio de sua mãe são um reflexo da dor de uma comunidade que luta para superar as consequências de um processo de mineração que alterou radicalmente o cotidiano da região. A Braskem ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas o MUVB já cobrou uma resposta urgente da empresa e das autoridades.
A tragédia ressalta a urgência de uma solução para os impactos ambientais causados pela mineração no Estado, além da necessidade de apoio psicológico e assistência social para as vítimas desse processo.