Uma análise publicada no British Journal of Urology International encontrou um aumento na ocorrência de fraturas penianas exatamente entre 24 e 26 de dezembro, datas que abrangem a véspera, o dia de Natal e o dia seguinte às festas.
O trabalho, publicado em outubro de 2023, reúne registros hospitalares de 3.421 homens atendidos por esse tipo de lesão entre 2005 e 2021 na Alemanha. No intervalo de 17 anos, 40 ocorrências foram registradas exclusivamente nos dias natalinos, o equivalente a 1,2% de todas as internações avaliadas.
Quando a equipe comparou o volume diário de casos ao longo do ano, percebeu que o Natal se destaca. Entre 24 e 26 de dezembro, a incidência média ficou em 0,78 caso por dia, índice superior ao observado no restante do calendário. Em termos estatísticos, o risco nesses dias foi 43% maior do que o esperado para a média anual.
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Segundo os autores, esse recorte indica que o ambiente doméstico, a quebra da rotina e o aumento de momentos de intimidade podem contribuir para o cenário. O levantamento também mostra que fins de semana e os meses de verão apresentaram índices acima do normal, ainda que em menor proporção que o período natalino.
Ano-Novo não repete o padrão
O estudo também investigou o período do Réveillon, de 31 de dezembro a 2 de janeiro, e não encontrou o mesmo comportamento. Nesse intervalo, foram 28 casos (0,82% do total), com taxa semelhante à média observada no restante do ano, o que reforça o caráter pontual do aumento ligado ao Natal.
Os autores destacam que pandemia e confinamentos não alteraram o comportamento das estatísticas. A sazonalidade, portanto, parece vinculada sobretudo ao contexto social e às datas comemorativas.
O que é uma fratura peniana?
A fratura peniana acontece quando o pênis ereto sofre uma dobra brusca e intensa, geralmente durante a relação sexual. O rompimento da túnica albugínea, membrana que reveste os corpos cavernosos, pode provocar um estalo audível, dor imediata, hematoma e inchaço.
Trata-se de uma lesão rara. Estimativas internacionais apontam que a incidência é de aproximadamente um caso para cada 100 mil homens ao longo da vida.
A orientação, segundo especialistas, é buscar atendimento médico de urgência. Em muitos casos, o reparo cirúrgico é indicado para reduzir o risco de sequelas e preservar a função erétil.