Fruta do Cerrado vira farinha que ajuda a controlar o colesterol

Símbolo do Mato Grosso do Sul, a guavira vem conquistando novos usos que vão além do consumo in natura. Rica em sabor e nutrientes, a fruta também dá origem a uma farinha funcional, aproveitada em bolos, pães e preparações caseiras.

Mesmo com o proceso que transforma a fruta em farinha, o ingrediente final consegue manter as suas propriedades e ajuda a valorizar uma espécie nativa que floresce entre setembro e outubro, período em que o Cerrado começa a se renovar com a volta das chuvas.

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A guaviroveira, de nome científico Campomanesia xanthocarpa, é uma planta resistente e perfeitamente adaptada ao clima regional. O técnico agrícola Mauro Araújo explica que a floração coincide com o início da primavera.

“A guavira é uma planta muito adaptada ao clima da região. A floração acontece quando as temperaturas sobem e as primeiras chuvas voltam a cair. É o sinal que ela precisa para se renovar depois do período seco do inverno”, afirma.

Segundo Araújo, logo após esse ciclo, os frutos amadurecem entre novembro e dezembro. Quando a fruta está pronta para o consumo, ela apresenta sabor doce, que lembra uma mistura de goiaba e maracujá.

O interesse recente na farinha de guavira surgiu com pesquisas e experiências locais que mostram seu potencial nutritivo e sustentável. A polpa e a casca são desidratadas e moídas, dando origem a um pó aromático e levemente adocicado.

Segundo a nutricionista Carla Borges, da Santa Casa de Chavantes, o produto é um aliado da saúde. “A farinha de guavira é rica em fibras e vitamina C, o que ajuda na digestão e fortalece a imunidade”, explica.

Além disso, a farinha concentra ferro, betacaroteno e compostos antioxidantes, que contribuem para a saúde da pele, dos olhos e do coração. “Ela tem ação anti-inflamatória natural e pode até auxiliar no controle da glicose, por retardar a absorção do açúcar no sangue”, complementa Carla.

Estudos indicam que o consumo regular da fruta e de seus derivados pode colaborar na redução do colesterol e na prevenção de doenças crônicas, graças à presença de compostos fenólicos e carotenoides.

Produzida de forma artesanal ou em pequenas agroindústrias, a farinha de guavira vem se tornando uma alternativa sustentável e regional à farinha tradicional.

Além de aproveitar integralmente a fruta, ela agrega valor à cadeia produtiva e estimula o cultivo da guaviroveira, que também é usada em projetos de recuperação ambiental.

Com sua florada marcante entre setembro e outubro e frutos amadurecendo no fim da primavera, a guavira é um símbolo da força do Cerrado e reconhecida por lei como símbolo do Mato Grosso do Sul.

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