O julgamento do psicólogo Pablo Stuart Fernandes Carvalho, 30 anos, não terminou na última quinta-feira (18/9). A 2ª Vara Criminal do Gama marcou a continuação da audiência de instrução e julgamento para o dia 9 de outubro.
Assim como ocorrido na quinta-feira, a continuação será virtual, novamente às 14h. Desta vez, deverão ser ouvidas as testemunhas de defesa de Pablo, além do próprio psicólogo.
Pablo Stuart Fernandes Carvalho, 30 anos, apontado como autor da morte de, pelo menos, 20 gatos
Material obtido pelo Metrópoles2 de 3
Ele adotou pelo menos 15 gatos em seis meses
Material obtido pelo Metrópoles3 de 3
Pablo fez ritual com gatos tigrados, afirmam autoridades
Material obtido pelo Metrópoles
Nessa quinta-feira (18/9), as cuidadoras que tiveram gatos mortos por Pablo puderam dar depoimentos. Elas são testemunhas de acusação no caso. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) é o responsável por denunciar o psicólogo.
“Como titular da ação penal pública e representante da sociedade, o MPDFT é responsável pela persecução penal, atuando na proteção dos animais e buscando a responsabilização criminal pelos atos praticados”, declarou o MP nessa quinta.
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Relembre o caso
- Em 18 de março deste ano, o Metrópoles revelou o caso de Pablo Stuart Fernandes Carvalho, 30 anos, psicólogo que maltratou e matou cerca de 20 gatos. Para além da crueldade, os crimes chamam a atenção porque absolutamente todos os felinos adotados por Pablo eram cinza e tinham pelagem rajada.
- Pablo procurava protetores de animais pedindo para adotar os bichinhos. Um mês após uma adoção, ele inventava histórias para as doadoras afirmando que os bichos haviam sumido e pedia outro animal. Assim, ele conseguiu adotar pelo menos 20 felinos entre setembro de 2024 e março de 2025.
- Após a divulgação inicial do caso, a maior dúvida era o que havia acontecido com os gatos. Depois, a investigação policial concluiu que Pablo matou quase todos os animais adotados — uma das cuidadoras conseguiu recuperar um deles.
- Áudios obtidos pelo Metrópoles e depoimentos de vizinhos comprovaram o teor macabro das atitudes de Pablo: ele jogava os bichinhos contra a parede e os torturava com banhos indevidos no apartamento onde morava, no Gama.
- “Enquanto ele dava banho, ele xingava os gatos de ‘desgraçados’, ‘filhos da puta’… Era possível ouvir os gatinhos arranhando o box do banheiro, gritando e tentando fugir daquilo”, disse ao Metrópoles o fisioterapeuta Mateus Vieira, 25, vizinho de Pablo.
- Depois das primeiras denúncias e da repercussão do caso, Pablo foi preso pela Polícia Civil do DF (PCDF) em 25 de março deste ano. Dias depois, a Justiça converteu a prisão em preventiva, e o psicólogo está encarcerado desde então.
Número de gatos pode ser maior
Protetoras que doaram gatos ao suspeito contaram que, após o Metrópoles revelar o caso, pelo menos outras cinco cuidadoras surgiram para relatar que também entregaram bichinhos para o autor. É possível que o número de gatos adotados, maltratados e mortos por Pablo passe de 20.
“Ao menos cinco protetoras nos procuraram nos últimos dias para contar a mesma história de que ele adotou gatos tigrados e cinza”, conta uma doadora, que solicita condição de anonimato.
As cuidadoras eram enganadas pela lábia de Pablo, que cumpria todos os requisitos para a adoção de cada gato. Em todos os casos, ele tinha de responder a um questionário de 16 perguntas informando dados pessoais e profissionais e dizendo os motivos para querer adotar os felinos.
“Além disso, pedimos vídeos e fotos da residência e fazemos acompanhamento pós-adoção. Ele era muito convincente em todas as questões”, explica a protetora.
Veja imagens de alguns dos gatos adotados por ele:
Divulgação/PCDF2 de 8
Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
Divulgação/PCDF3 de 8
Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
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Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
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Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
Divulgação/PCDF6 de 8
Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
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Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
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Um dos gatos mortos por Pablo Stuart Carvalho
Divulgação/PCDF
Defesa
Em nota, os advogados de Pablo Stuart Carvalho dizem acreditar “firmemente” na inocência do cliente. “A defesa envidará todos os esforços necessários para demonstrá-la em juízo”, afirmam.
“Diante da análise criteriosa das provas a serem produzidas, restará evidenciada a inexistência de responsabilidade penal por parte do acusado”, encerra o comunicado.