O governo federal lançou nesta sexta-feira (30/5), no Palácio do Planalto, o programa Agora Tem Especialista, iniciativa voltada à redução do tempo de espera por atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A nova proposta é uma reformulação do programa Mais Acesso a Especialistas, criado no ano passado, mas que não alcançou os resultados esperados e foi um dos fatores que levaram à saída da ex-ministra Nísia Trindade da pasta.
“Hoje estamos dando mais um passo para dar conta de uma coisa que é obsessão do senhor. A dificuldade que a população brasileira tem – isso não é só um problema do Brasil, é um problema do mundo, mas se agravou ainda mais no nosso país – de garantir o atendimento especializado”, afirmou Padilha, dirigindo-se ao presidente Lula.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 370 mil mortes anuais nas redes pública e privada decorrem do atraso no diagnóstico de doenças. Um dos maiores gargalos é a realização de exames. Para o câncer de mama, por exemplo, o Brasil precisa ampliar em 67% a oferta de biópsias.
Para enfrentar o problema, o programa prevê diversas frentes de atuação:
Credenciamento de mais hospitais e clínicas para atendimentos pelo SUS;
Renegociação de dívidas de instituições de saúde em troca de contrapartidas no atendimento à população;
Ampliação da rede pública, com recursos do Novo PAC para construção e reforma de policlínicas, hospitais e centros cirúrgicos;
Mutirões e atendimento itinerante, com 150 carretas especializadas que circularão pelo país;
Reforço na telessaúde, ampliando o acesso remoto a especialistas.
As especialidades prioritárias são oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
O combate ao câncer receberá atenção especial. Até 2026, o governo pretende adquirir 121 aceleradores lineares, equipamentos usados no tratamento de diversos tipos de câncer. Na cerimônia desta sexta, seis aparelhos já foram entregues a hospitais de São Paulo (SP), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Curitiba (PR), Andaraí (RJ) e Teresina (PI).
Com essa nova ofensiva, o governo busca reorganizar o acesso à saúde especializada, diminuindo filas, promovendo equidade no atendimento e garantindo que diagnósticos e tratamentos ocorram no tempo adequado.