Haja coração! Saiba os riscos da ansiedade antes de jogos importantes

Diante de uma rotina pesada, assistir futebol surge como um refúgio para muitos em busca de atividades que deixem a vida mais leve. No entanto, ao mesmo tempo que é um hobbie responsável por trazer prazer e relaxamento, em muitos momentos, uma partida pode ser uma montanha russa de emoções, além de causar sensações distintas em quem ganha e quem perde.

Com a proximidade das fases decisivas nos campeonatos nacionais, os sentimentos se afloram na expectativa de ver o time do coração levantar o tão sonhado troféu, classificar para uma competição importante ou até mesmo escapar do rebaixamento. É exatamente em momentos assim que a ansiedade pré-jogo ataca e, se não controlada, pode virar um problema na hora da diversão.

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Para quem ama futebol, a tensão antes de um duelo decisivo é comum. Afinal, essa situação ativa diretamente uma parte do sistema nervoso responsável por colocar o corpo em estado de alerta – o sistema simpático. Quando ativado, ele aumenta a liberação de adrenalina e noradrenalina e, consequentemente, aumenta os batimentos cardíacos, acelera a respiração e a contração dos vasos sanguíneos.

De acordo com o cardiologista Ricardo Cals, o nervosismo prejudicial pode afetar a todos, porém indivíduos com predisposição ou doença prévia  — especialmente problemas cardíacos – correm mais risco de sofrer com dores no peito, arritmias, picos de pressão arterial e até acidente vascular cerebral (AVC), em casos graves.

“O ideal é que todos mantenham uma avaliação médica regular. Exames de rotina permitem detectar doenças e, quando necessário, iniciar tratamentos que ajudam a reduzir esses efeitos quando o organismo é submetido a situações de estresse, como jogos decisivos”, aponta o especialista do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília.

Sinais de alerta que a ansiedade pré-jogo está passando dos limites

Por que a emoção exagerada acontece?

Para a psicóloga Letícia Alves, a ansiedade é um sentimento comum e que está cada vez mais presente na sociedade atual, e em diferentes situações. No entanto, a forma como ela atinge cada um antes de um jogo de futebol varia de acordo com o envolvimento do indivíduo. A depender disso, os riscos de uma atividade prazerosa virar sintoma aumentam.

“O nível de envolvimento emocional de cada torcedor vai variar de acordo com a representação daquele esporte, time e torcida em relação à sua própria história de vida. É importante estar atento para pedir ajuda se estes sinais não forem suportáveis”, diz a especialista do Grupo Reinserir, em São Paulo.

O mais curioso é que, mesmo sabendo que não entra em campo, o torcedor se envolve emocionalmente e fica nervoso da mesma maneira. “Atividades de cunho sociais e culturais, como o futebol, geram pertencimento e identificação. Isso pode representar algo maior e cheio de significado, emocionando quem está na arquibancada, na cadeira ou no sofá”, explica a psicóloga.

Dependendo do resultado, a ansiedade pré-jogo pode virar felicidade ou frustração

Segundo o neurocientista Leandro Freitas Oliveira, assim que a ansiedade bate antes da partida, o cérebro interpreta o jogo como um evento de alto risco emocional. A área que detecta ameaças (amígdala) fica mais ativa, deixando a pessoa em estado de alerta. A região que regula respostas fisiológicas (hipotálamo) estimula a liberação de adrenalina e cortisol, acelerando o coração, aumentando a sudorese e deixando os músculos mais tensos.

“Ao mesmo tempo, o sistema de recompensa (onde a dopamina atua) entra em modo de expectativa: o cérebro se prepara para a possível alegria da vitória ou para a frustração da derrota. Por isso o corpo reage como se estivesse prestes a enfrentar o desafio junto com o time”, esclarece Oliveira.

Quando o time vence, há liberação da dopamina – o hormônio do prazer. Já quando perde, as áreas associadas à dor social são ativadas.

Cuidados para o amor não virar doença

Alguns acham impossível, mas dá para assistir ao jogo do seu time sem ficar tão nervoso. Os especialistas entrevistados pelo Metrópoles apontam que algumas atitudes são essenciais para acalmar o coração e torcer “na paz”. Entre as principais, estão:

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