A demência precoce é uma condição neurodegenerativa que afeta pessoas com menos de 65 anos, causando perda progressiva de memória, alterações de comportamento e dificuldades cognitivas.
Esse foi o caso de Stefan Tankov, de 38 anos, morador do Reino Unido. Em 2022, ele começou a apresentar mudanças drásticas no comportamento. Inicialmente, os sintomas foram atribuídos à depressão e ao diabetes tipo 2. Conforme o quadro se agravou e exames mais detalhados foram realizados, veio o diagnóstico de demência precoce.
Stefan começou a apresentar comportamentos estranhos em outubro de 2022. A esposa, Sile, de 42 anos, conta que ele passou a agir de maneira retraída e excessivamente infantil. Ele precisava de ajuda até para realizar tarefas simples, como pegar o ônibus.
Sile, que é professora, notou que Stefan deixou de perguntar sobre como foi o dia dela, e passou a questionar apenas sobre o que seria servido no jantar.
O homem ficava parado durante as refeições e, logo depois, ia direto para a cama. Ela relata que o parceiro passou a ter dificuldades para manter um emprego e começou a se isolar, esquecendo repetidamente de realizar tarefas básicas necessárias para a rotina da casa.
Inicialmente, Sile acreditou que o marido estivesse deprimido e marcou uma consulta com um médico. Os exames revelaram diabetes tipo 2, e a equipe médica concluiu que os sintomas de Stefan eram causados pela doença e por seu estado emocional.
“Pensamos que isso estava causando a confusão (diabetes e depressão), mas ele não melhorava”, contou Sile, ao Daily Mail. “Em uma consulta, ele simplesmente se levantou e foi embora. Tive que suborná-lo com um McDonald’s para voltar. Era como lidar com uma criança”.
Tentativa de furto
Seis meses depois, em abril de 2023, Stefan foi expulso de uma loja por tentar furtar garrafas de vinho. Preocupada com o comportamento cada vez mais estranho do parceiro, ela retornou ao hospital relatando os episódios mais recentes.
O rapaz passou por uma série de exames, incluindo ressonâncias magnéticas, tomografias, e avaliações psicológicas.
Após essa primeira ida ao hospital, ele ficou sob os cuidados de Sile por quatro semanas em casa. “Certa manhã, o encontrei prestes a tocar no fogão aceso para ver se estava quente. Ele começou a andar na frente de carros e a encarar as pessoas. Paramos de sair”, relata.
Ela também menciona que Stefan desenvolveu o hábito de usar vape e que a situação se tornou insustentável. “Não sei como aguentei. Tive sorte de poder tirar uma folga do trabalho, mas precisava voltar, ou não teríamos dinheiro”.
Diagnosticado com demência
Após novos exames, Stefan foi diagnosticado com demência frontotemporal, uma forma rara da doença que afeta o comportamento e a linguagem. “Fiquei em choque total. Nós esperávamos formar uma família”, desabafa Sile. Hoje ele vive em uma casa de repouso e ela vai visitá-lo periodicamente.
Apesar das dificuldades, ela ainda encontra alguns momentos de conforto com o parceiro. “Há pequenos sinais que fazem tudo valer a pena, como quando ele canta junto uma música ou aperta minha mão. Quando digo que o amo, ele diz: “Eu te amo tanto”. Quando olho para trás, são essas memórias felizes que quero manter”, conclui.
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