As imagens da prisão de Honore Ode, 32 anos, natural do Benim (África) e residente de Florianópolis (SC), registram o momento em que ele foi abordado por policiais civis da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) durante a operação “The Rock”. O investigado não apresentou resistência ao ser detido nesta quinta-feira (4/12).
Veja vídeo:
A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão em Florianópolis e Itajaí, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina.
Foram apreendidos celulares, notebooks e outros dispositivos eletrônicos supostamente utilizados na prática do golpe. A perícia agora trabalha para identificar novas vítimas e rastrear a movimentação financeira do esquema.
Leia também
-
Em pé na janela: mulher arrisca a vida ao limpar vidro em Águas Claras
-
Pai arrasta a filha pela porta do carro e é preso em jogo de futebol
-
Quem é o golpista que fingia ser The Rock para tirar grana de mulheres
-
“The Rock” passa a perna em desempregada e torra R$ 9 mil em noitadas
Mais detalhes:
- O golpista é apontado como responsável por um elaborado esquema de estelionato virtual que se estendia por vários estados do país.
- O investigado é estudante de cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
- Segundo a Polícia Civil, ele usava as redes sociais e WhatsApp para se passar pelo astro de Hollywood Dwayne “The Rock” Johnson.
- Dessa forma, ele atraia o especialmente mulheres brasileiras com promessas sedutoras e falsas recompensas internacionais.
Segundo a PCDF, Ode iniciava as conversas com mensagens afetuosas, elogios e conteúdos cuidadosamente elaborados, sempre reforçando a falsa identidade do ator. Em seguida, oferecia supostos prêmios — inicialmente um iPhone, depois valores que chegavam a 800 mil euros — conquistando a confiança das vítimas pela repetição de contato, atenção constante e a aparência profissional de seus perfis falsos.
Foto de Honore Ode:
Honore Ode, 32 anos
Material cedido ao Metrópoles2 de 3
“The Rock” passa a perna em desempregada e torra R$ 9 mil em noitadas
Arte/Metrópoles3 de 3
Ode iniciava as conversas com mensagens afetuosas, elogios e conteúdos cuidadosamente elaborados
Arte/Metrópoles
Vítima “sorteada”
O golpe começava quando o investigado dizia à vítima que ela havia sido “sorteada” por seguir o perfil do ator. Em seguida, pedia um número pessoal para “enviar a encomenda” e transferia a conversa para o WhatsApp, usando um contato com DDI de Portugal (+351) para dar aparência internacional ao falso prêmio.
Entenda o caso:
- Ele enviava um documento fraudado com logotipos inventados, termos em inglês com cláusula de segurança.
- No contrato, a vítima poderia “registrar reclamação em qualquer delegacia caso não recebesse a encomenda”.
- O texto ainda sugeria aguardar 72 horas antes de procurar autoridades, simulando um procedimento oficial.
- Com a assinatura falsificada, o golpista cobrava a primeira taxa — R$ 2.850,00 — alegando tratar-se de uma cobrança internacional.
- A partir daí, aumentava a pressão, usando mensagens urgentes para justificar novos pagamentos devido a supostos “atrasos na estrada”.
Uma das vítimas, de 49 anos, moradora da Vila Estrutural, foi convencida pela abordagem emocional e pelos documentos falsos. Entre 28 de agosto e 15 de setembro de 2025, fez nove transferências via Pix, totalizando R$ 9,78 mil.
Outras vítimas em diferentes estados também relataram prejuízo — uma delas, em Minas Gerais, perdeu cerca de R$ 80 mil.
O africano responderá por estelionato eletrônico, cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão.
