O estudante Lucas Freitas Vieira (foto em destaque), de 12 anos, conquistou medalhas de ouro e bronze na Olimpíada Internacional de Cybersegurança, na China, nesta quarta-feira (17/12).
O jovem estudante do Distrito Federal (DF) se classificou para a competição após ganhar uma medalha de prata na Olimpíada Nacional Júnior de Cybersegurança de Singapura (NJCO).
Mas a família não tinha dinheiro suficiente para bancar a viagem para a China, então diversas pessoas formaram uma corrente do bem e doaram o dinheiro necessário.
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“Para mim, a Olímpiada foi muito desafiadora! E pra mim, Cybersegurança é ver coisas onde as outras pessoas não vêem, entender como as coisas funcionam por trás do que as pessoas enxergam. A Olímpiada é muito importante para perceber que o Brasil, apesar de ter profissionais “top”, está longe no cenário mundial!”, pontuou Lucas.
Segundo o estudante, outros países já incentivam estes estudos desde cedo e por isso as medalhas vêem mais naturalmente para alunos da Ásia e do México, por exemplo. “Nós precisamos pensar nas medalhas como um incentivo para continuar estudando para o Brasil estar no topo!”, sugeriu.
Orgulho de mãe
“Competindo com alunos de 11 a 19 anos, Lucas alcançou um feito inédito. É a 1ª medalha de ouro para o Brasil na Olimpíada Internacional de Cybersegurança”, comemorou a mãe do estudante, a policial rodoviária federal Marcia Freitas, 43.
Lucas conquistou o ouro junto com representantes do México, Indonésia e Singapura . O bronze foi pela etapa individual.
“Lucas é o único brasileiro e o mais jovem da equipe que ganhou ouro, junto com um aluno do México, uma da Indonésia e um de Singapura”, comentou a policial rodoviária.
“Para a família, uma imensa gratidão a todos que ajudaram a tornar esse sonho realidade. Para Lucas, todo esforço valeu a pena e agora ele não quer parar. Continuar estudando para aprender e melhorar ainda mais”, disse Márcia.
Menino prodígio
Pianista autodidata e fluente em espanhol e inglês, o menino ama astrofísica e física quântica e programação, segundo a mãe.
O estudante iniciou em 2024 o 5º ano e está concluindo em 2025 o 8º ano. O jovem é membro das mais reconhecidas associações mundiais de alto QI: Mensa e Intertel.
Superdotados
Estudantes superdotados têm o processamento cerebral diferente, aprendem de forma muito rápida, o que os faz ficar entediados rapidamente nas rotinas de salas de aula.
Segundo Márcia, Lucas estuda em um colégio com uma equipe preparada para auxiliar nesse desenvolvimento.
Além do avanço do ano escolar, recebe apoio de educadores para não ser alvo de bullying, por ser o mais novo das turmas, ou por gostar de temas “não convencionais”.
“Enquanto os amigos da idade dele querem jogar bola, ele quer estudar segurança cibernética, o ‘hackeamento do bem’”, contou Marcia.
Em busca do Nobel
Lucas já programa em python, cria agentes de IA, e faz CTF (capture the flag), que é um exercício, em plataformas controladas, para detectar vulnerabilidades e falhas de segurança em sites.
Em 2024, Lucas assistia a algumas aulas no Instituto de Física da UnB, no Projeto Escola Continuada – aula de astrofísica, física e estatística. “São temas incomuns para a idade, mas para ele é muito atraente!”, pontuou Márcia.
Dentre os sonhos, o estudante do DF quer muito participar de uma equipe de cientistas que conquistem um Prêmio Nobel para o Brasil.