Justiça decide manter prisão de “Casal do luxo” que viciava jovens

O casal de traficantes que usava brindes 3D para viciar jovens do Sudoeste, em Brasília, vai permanecer preso. Após a audiência de custódia realizada nesse domingo (7/9), o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) converteu a prisão da dupla em preventiva.

O esquema de tráfico foi desmantelado na noite do último sábado (6/9) por policiais civis da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). A boca de fumo operava dentro de um apartamento de alto padrão localizado na quadra 504 no Sudoeste.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não confirmou, mas a coluna apurou que o traficante é Henrique Sampaio da Silva. Ele chegou a ser nomeado como servidor comissionado em um órgão público, mas não tomou posse. A mulher seria uma advogada.

A investigação revelou que o imóvel funcionava como verdadeiro ponto de distribuição de drogas sintéticas e entorpecentes tradicionais, com foco em atrair adolescentes e jovens que frequentavam áreas públicas da região, como escolas, parquinhos infantis e até uma academia ao ar livre utilizada por idosos.

Brindes de fidelização

De acordo com a apuração, os traficantes criaram uma espécie de código paralelo de fidelização, no qual os usuários recebiam pequenos objetos tridimensionais digitais (3D) como brindes — entre eles, um esqueleto de peixe, um raio ou um floco de neve. Cada símbolo representava uma droga específica:

Esses “souvenires” serviam como uma espécie de cartão de fidelidade, que não apenas disfarçava o vínculo criminoso, mas também criava um laço de exclusividade entre fornecedor e cliente.

Veja os brindes dados pelos traficantes pelo casal de traficantes:

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Material cedido ao Metrópoles

 

Na noite da operação, os agentes apreenderam:

Operação Wolf

Segundo a polícia, o objetivo era manter uma logística tanto para entrega no local quanto para delivery em regiões próximas. A ação que culminou na prisão foi batizada de Operação Wolf e resultou na detenção em flagrante do casal por tráfico de substâncias entorpecentes e associação para o tráfico. Henrique Sampaio, de 39 anos, já possuía um histórico extenso: essa foi a sexta prisão registrada em sua ficha criminal, todas relacionadas ao comércio de drogas.

“O nível de sofisticação do esquema e a ousadia em criar uma linguagem própria para fidelizar usuários nos surpreenderam. Era uma tentativa clara de driblar a polícia e ampliar o público consumidor, atingindo até adolescentes e jovens em idade escolar”, afirmou o delegado-chefe da 3ªDP, Victor Dan.

Um detalhe curioso observado pelos agentes foi a presença de placas e avisos comunitários espalhados pelo apartamento, simulando preocupação social e tentando dar ao local um ar de convivência saudável. Na prática, serviam como fachada para despistar vizinhos e autoridades.

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