A Marinha do Brasil desmentiu, nesta quarta-feira (27/11), informações de que tanques estariam prontos para serem utilizados em uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A força armada garantiu que não houve, em nenhum momento, ordens, planejamentos ou mobilizações de veículos blindados para ações contrárias ao Estado Democrático de Direito.
A declaração veio em resposta ao relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado no final do governo de Jair Bolsonaro. O documento, divulgado na terça-feira (26/11), menciona mensagens apreendidas no celular do tenente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em uma das conversas, um contato identificado como “Riva” teria mencionado que o almirante Garnier, então comandante da Marinha, seria favorável à mobilização: “O Alte Garnier é patriota. Tinham tanques no Arsenal prontos.”
Por meio de nota, a Marinha reafirmou que seus recursos, incluindo meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, jamais foram desviados de sua finalidade constitucional. “A Marinha do Brasil, instituição nacional, permanente e regular, assegura que seus atos são pautados pela rigorosa observância da legislação, valores éticos e transparência”, destacou a nota.
A força também ressaltou que está à disposição das autoridades competentes para colaborar com o esclarecimento dos fatos e reiterou seu compromisso com a legalidade, a verdade e a justiça.
O relatório da PF sobre a tentativa de golpe detalha conversas, movimentações e possíveis articulações entre membros das forças armadas e civis ligados ao governo anterior. O conteúdo gerou reações de autoridades e especialistas, que cobram investigações mais profundas sobre os acontecimentos e as responsabilidades.
Enquanto isso, a Marinha reforça seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e a preservação das instituições democráticas, afastando-se de quaisquer atos que ameacem a Constituição.