Metanol na vodca: Hungria fará hemodiálise em UTI por até 72 horas

O rapper Hungria Hip Hop, internado com suspeita de intoxicação por metanol, nesta quinta-feira (2/10), passará por hemodiálise na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star. Gustavo da Hungria, 34 anos, apresentou cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica, sintomas semelhantes aos dos pacientes infectados pela substância em estados como São Paulo e Pernambuco.

O médico infectologista do DF Star Leandro Machado explicou o porquê da hemodiálise. “Ele deve ficar em diálise de 48 a 72 horas para filtrar o sangue e retirar esse metanol que pode estar gerando esse quadro”, declarou, retificando, porém, que ainda não há confirmação de intoxicação pela substância.

“Ainda não existe nenhum quadro confirmado, a gente não tem nenhum exame confirmando que [o rapper] foi intoxicado por metanol”, disse o médico. “Ele tem todos os sintomas [de intoxicação por metanol], e como a complicação é grave, a gente optou por tratar como intoxicação por metanol”, explicou.

“A gente precisa seguir acompanhando os sinais vitais dele mais de perto, por isso, ele precisa de internação em UTI”.

Apesar do temor devido ao estado grave, o médico infectologista declarou que Hungria está “muito bem”. “Ele está estável, lúcido, orientado, sem queixas, sem uso de respirador e de oxigênio… está muito bem. Não tem mais alteração visual, cefaleia, vômito e vem respondendo bem ao tratamento”.

Gosto de álcool na boca

Machado confirmou a declaração de familiares de Hungria de que o rapper relatou um gosto forte de álcool na boca enquanto sentia o mal-estar. “Além de ter a turvação visual, cefaleia, náusea, vômito e uma dor abdominal importante, uma das queixas [do paciente] foi essa de que ele sentiu esse gosto de álcool na boca”, declarou o médico. O sintoma, contudo, não necessariamente indica intoxicação por metanol.

Cantor em observação

Hungria foi internado às pressas, na manhã desta quinta-feira (2/10), com sintomas compatíveis com o consumo de metanol. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a confirmar, em coletiva de imprensa, que o artista estava intoxicado pela substância, mas voltou atrás e alertou que ainda faltam resultados de exames.

De acordo com boletim médico divulgado na tarde desta quinta pelo Hospital DF Star, Hungria “no momento encontra-se internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea. Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica”. Não há previsão de alta hospitalar.

O músico apresentou cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Na noite anterior, ele comprou bebida alcoólica na distribuidora Amsterdan, em Vicente Pires, antes de ir à casa de amigos, na mesma região administrativa.

O estabelecimento foi fechado pela Polícia Civil do DF (PCDF) e pela Vigilância Sanitária do DF por não apresentar licença para funcionamento. A distribuidora sequer iniciou com as documentações necessárias para regularizar a situação, isto é, não apresentou declaração ao Corpo de Bombeiros, à DF Legal, à Defesa Civil, à Vigilância Sanitária e ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Lotes de bebidas alcoólicas como uísque, vodca e gin, contidos na distribuidora, foram apreendidos  e vão passar por análise no Instituto de Criminalística (IC) da PCDF, que tem competência para identificar metanol.

Sair da versão mobile