O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), anunciou nesta sexta-feira, 26, que entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua carta de demissão, em cumprimento à decisão do União Brasil de deixar a base aliada no governo federal. Apesar do gesto, Sabino permanecerá no cargo até a próxima quinta-feira, 2, a pedido do presidente.
Durante pronunciamento, Sabino destacou os resultados alcançados pelo setor em sua gestão, entre eles o recorde de turistas estrangeiros recebidos pelo Brasil. Segundo o ministro, o País ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 7 milhões de visitantes internacionais, com expectativa de fechar 2025 com mais de 10 milhões.
“O Brasil, que nunca antes recebeu nem 7 milhões de turistas estrangeiros, atingiu essa marca nesta semana, faltando ainda três meses e dez dias para concluir o ano. Nossa perspectiva é de que o país termine 2025 recebendo mais de 10 milhões de turistas estrangeiros”, afirmou.
Ele também atribuiu ao avanço do turismo impacto direto na geração de empregos. “Colocamos mais de 520 mil novas pessoas no mercado de trabalho. Hoje, o turismo emprega cerca de 8 milhões de brasileiros”, disse, citando ainda recordes em aviação civil, ocupação hoteleira, transporte rodoviário e locação de veículos.
Mesmo após a entrega da carta, Sabino confirmou que atenderá ao pedido de Lula para acompanhá-lo em compromissos no Pará, incluindo a inauguração de obras em Belém relacionadas à preparação da COP30, que será realizada na cidade em novembro. “O presidente pediu que eu acompanhasse essa missão, e eu não poderia negar”, declarou.
Ao tratar de seu futuro político, o ministro evitou dar sinais de rompimento com o Planalto e reforçou disposição ao diálogo. “A minha vontade é continuar o trabalho. Vou seguir conversando com as lideranças do meu partido. Eu acredito no diálogo, e que os homens públicos devem querer o que é melhor para o país.”
A saída de Sabino abre espaço para Lula reorganizar a composição política de sua equipe ministerial. O movimento ocorre em meio a negociações com partidos da base e aliados estratégicos, em um momento de disputa por cargos e influência no Congresso.
Sabino era um dos três representantes do União Brasil no primeiro escalão. Os ministros das Comunicações, Frederico de Siqueira, e da Integração, Waldez Góes, ambos ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), devem permanecer nos cargos.