No dia 19 de junho, Maceió/AL, perdeu uma mulher de força incomparável. May Farias, aos 42 anos, faleceu, deixando um legado de coragem e resiliência. Ela deixa dois filhos e esposo, que eram sua maior riqueza. Em um dos momentos mais desesperadores, May Farias mandou um áudio aos prantos para sua amiga e advogada, implorando por ajuda: “Eu não posso morrer e deixar meus filhos, você sabe o que é viver sem uma mãe.”
Desde cedo, May sonhava com uma vida melhor, apesar dos recursos escassos, nutria esperanças e trabalhava incansavelmente para proporcionar um futuro promissor para sua família.
May perdeu sua única fonte de renda devido às ações da Braskem, uma empresa frequentemente acusada de causar danos ambientais e sociais graves. A Braskem destruiu todos os sonhos de May, tirando sua empresa, sua casa, e forçando um acordo que não permitiu que ela reconstruísse sua vida. O acordo mal feito deixou o passivo trabalhista, que deveria ter sido assumido pela Braskem, ficou só para ela e ela não teve condições de assumir. Sem condições de assumir essas responsabilidades, teve que fechar uma nova empresa que abriu, mas não conseguiu manter. A crise financeira foi apenas o início de seus desafios.
Diagnosticada com câncer de mama metastático, enfrentou a doença com bravura, mesmo sem acesso a um plano de saúde. A luta contra o câncer foi extenuante, tanto física quanto psicologicamente, agravada pela situação financeira precária.
Sua batalha diária incluía também lutar contra o descaso da justiça e a indiferença da Braskem em relação às vítimas de suas ações. May se destacou como líder do movimento contra a empresa, denunciando incansavelmente os abusos e negligências que afetavam tantas vidas. Sua voz tornou-se um símbolo de resistência e esperança para muitos que sofriam com as consequências das atividades da Braskem.
A história de May Farias é um lembrete poderoso da resiliência feminina e da necessidade urgente de combater a injustiça. Seu falecimento não é apenas uma perda para sua família e amigos, mas para todos que a viam como um farol de esperança e determinação. Sua morte eleva ainda mais a conta das vítimas da Braskem, uma empresa cuja responsabilidade nas tragédias que se sucedem ainda precisa ser plenamente reconhecida e enfrentada pela sociedade e pelas autoridades.
Que sua memória seja honrada e que sua luta continue a inspirar mudanças significativas em nossa sociedade.