Mounjaro mexe com sinais cerebrais para controlar impulsos, diz estudo

Destaque nos últimos anos como esperança no tratamento da obesidade, o Mounjaro (tirzepatida) age de mais formas do que os cientistas esperavam. A princípio, o medicamento influenciava apenas os hormônios que controlam o sistema de saciedade — porém, um novo estudo descobriu efeitos no cérebro.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicaram nesta segunda (17/11), na revista Nature Medicine, um estudo que mostra a ação da tirzepatida em uma região do cérebro chamada de núcleo accumbens. Esta parte do órgão faz parte do sentimento de recompensa, motivação e vício.

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O estudo é pequeno, com três pacientes com obesidade severa e compulsão alimentar. Todos tinham um neuroestimulador no núcleo accumbens para registrar as oscilações elétricas que aparecem quando o indivíduo está com vontade de comer.

Em dois dos participantes, foram aplicados estímulos elétricos para tentar ensinar o cérebro e diminuir a vontade de comer. Na paciente que usava a tirzepatida, foi possível perceber que o medicamento sozinho mexia com o padrão de atividade elétrica no órgão.

Segundo os pesquisadores, a paciente relatava menos “fissura” por comida e uma diminuição do chamado barulho alimentar, um “ruído” que faz o indivíduo pensar em se alimentar o tempo todo. Porém, o cérebro parece ter se adaptado ao remédio pouco tempo depois.

Os cientistas esperam continuar com a pesquisa para entender se outros distúrbios compulsivos apresentam a mesmas oscilações elétricas e se uma mudança na dose ou no medicamento poderia manter o efeito por mais tempo.

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