Quando percebeu um leve inchaço em um dos seios, a escocesa Julie Brinklow, de 52 anos, acreditou que se tratava apenas de uma distensão muscular causada por tocar gaita de fole. O instrumento, que exige força e controle dos músculos do peito, fazia parte de sua rotina há anos. O que ela não imaginava era que aquele sinal discreto se tratava de um câncer de mama.
“Não me preocupei, não senti nada de anormal. Não era aquele caroço pequeno e duro típico dos livros, era só como se eu tivesse um músculo maior ali ou algo assim”, contou ela ao Daily Mail.
A preocupação só veio depois que o parceiro insistiu para que ela procurasse um médico. Após os exames, Julie recebeu a notícia de que tinha câncer de mama em março do ano passado. “Levei um momento para realmente ouvir tudo o que estava sendo dito. Minha mente estava em polvorosa. Foi um grande choque”, conta.
Principais sintomas do câncer de mama
- Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, nas mamas.
- Edema na pele, que fica com aparência de casca de laranja.
- Retração da pele.
- Dor.
- Inversão do mamilo.
- Descamação ou ulceração do mamilo.
- Secreção transparente, rosada ou avermelhada que sai do mamilo.
- Linfonodos palpáveis na axila.
Tratamento e recuperação após a mastectomia
O tumor de Julie era positivo para estrogênio, um tipo considerado menos agressivo, mas que ainda pode voltar com o tempo. Seguindo a orientação médica, ela passou por uma mastectomia dupla.
Mesmo diante do tratamento, ela se manteve ativa e determinada a retomar a rotina o quanto antes. “Após a cirurgia, eu caminhava quilômetros todos os dias”, relembra.
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A música foi um dos principais impulsos para a recuperação. “Quando você toca gaita de fole, precisa conseguir levantar os braços acima da cabeça. Muitas mulheres não recuperam totalmente a mobilidade após a cirurgia, e isso me motivou ainda mais”, diz.
Julie afirma que o processo de recuperação tem sido lento, mas constante. “Continuo melhorando o tempo todo. Já voltei a fazer tudo o que costumava fazer”, comemora.
Conscientização sobre alertas do corpo
Hoje, totalmente focada na retomada da rotina e nas apresentações musicais, Julie quer que sua história sirva de alerta. Ela reforça que o câncer de mama pode se manifestar de formas muito diferentes do que se imagina.
“Um tumor não precisa ser um pequeno nódulo duro, pode ser algo que parece uma espessura que você não notou antes, como se fosse parte do seu corpo”, explica.
Julie reconhece que só procurou ajuda por insistência do companheiro. “Eu provavelmente não teria feito nada a respeito se não tivesse sido importunada. Não demore para fazer um check-up se achar que há algo diferente. Eu não estava preocupada, e deveria estar”, reflete.
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