O golpe da “falsa gata do Tinder” traz à tona a atenção e alerta sobre os perfis falsos nas redes sociais, especialmente aqueles criados em aplicativos de relacionamento.
O delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Victor Dan, ressalta que na maioria das denúncias que envolve esse tipo de situação, o maior problema é que as vítimas não pesquisam a autenticidade das fotos do perfil.
No golpe, crimininosos entravam em contato com homens, diziam que eles estavam flertando com esposas de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e passavam a extorquí-los.
“Se a pessoa copia a foto, bota ela em um site de busca de imagens, geralmente irá aparecer o nome daquela pessoa porque a imagem é pública. Se houver divergências de um site e outro com o nome, pode ter certeza que já tem fraude aí no meio”, explicou.
O processo de busca que ele cita se trata de apenas salvar a foto do perfil, seja através de uma captura de tela ou baixando-a. Em seguida, basta encaminhá-la ao endereço de pesquisa de sites de buscas de fotos, como o Google Images.
“Essa é nossa principal orientação: procurem autenticidade das imagens”, completou o delegado-chefe da 3ª DP.
Uma outra forma de realizar a autenticidade é através de ferramentas disponibilizadas nos aparelhos celulares. A maioria dos dispositivos tem sistemas operacionais com pesquisas visuais que facilitam a identificação da imagem. Veja como fazer:
Aparelhos IOS
- Abra uma foto ou imagem ou pause um vídeo em qualquer quadro em sua galeria;
- Na aba de informações da imagem, identifique um ícone redondo com estrelas;
- Clique nele e realize a busca das informações da foto
Aparelhos Android
- Permaneça na tela da foto em que deseja pesquisar;
- Segure o ícone quadrado do modo de navegação do aparelho;
- A ação realizará o funcionamento do recurso “Circule para pesquisar”;
- Ao abrir, circule o elemento da imagem que deseja pesquisar e automaticamente o programa irá mostrar os resultados relacionados.
Uma vez identificado a divergência das fotos, denuncie o usuário na plataforma utilizada e registre um boletim de ocorrência.
Patrimônio psicológico
Situações como essas ocasionam terror psicológico não só a vítima, mas também aos familiares dela e até mesmo a pessoa que teve a sua imagem utilizada.
No caso citado na abertura da matéria, por exemplo, os criminosos juravam as vítimas de morte com áudios em que fingiam ser filiados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O delegado-chefe destacou que o objetivo principal da operação é o combate ao prejuízo psicológico que as pessoas sofrem.
“Você observa que eles conseguem aterrorizar as vítimas através de graves ameaças falando coisas como ‘eu vou aí’, ‘eu sei aonde tu mora’, ‘vou pegar tua família’ e por aí vai. Isso tudo causa medo e evolui para uma situação que afeta o psicológico. Tem gente que até sai do Brasil. Então nosso foco principal é manter o patrimônio psicológico das vítimas”, disse Victor.