Em Alta News

  • Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

    Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

    663 ações
    Compartilhar 265 Tweet 166
  • Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

    642 ações
    Compartilhar 257 Tweet 161
  • Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

    606 ações
    Compartilhar 242 Tweet 152
  • Mulher descobre que desejo por alvejante em pó era causado por anemia

    597 ações
    Compartilhar 239 Tweet 149
  • Diaba Loira é morta a tiros após confronto entre CV e TCP. Veja vídeo

    593 ações
    Compartilhar 237 Tweet 148
  • Bar LGBT inaugura “mamódromo” e promove suruba beneficente. Veja fotos

    586 ações
    Compartilhar 234 Tweet 147
JKreativ WordPress theme
  • Tendendo
  • Comentários
  • Mais recente
Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

14 de julho de 2025
Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

20 de julho de 2025
Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

4 de outubro de 2025
Mulher descobre que desejo por alvejante em pó era causado por anemia

Mulher descobre que desejo por alvejante em pó era causado por anemia

10 de setembro de 2025

Arena noivas: maior evento de noivas do Distrito Federal está de volta em sua 2ª edição

0

Sumo sacerdote nigeriano de Ifá participa de visita guiada ao Panteão Afro da Praça dos Orixás, em Brasília

0

Interdições no trânsito do Parque da Cidade neste domingo  

0

Em Ilhéus, ministro Renan Filho lança nesta segunda-feira (3) obras do lote 1F da Fiol

0
Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

2 de novembro de 2025
Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

2 de novembro de 2025
Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

2 de novembro de 2025
Saiba quem era o sargento que morreu em acidente com Mercedes no DF

Saiba quem era o sargento que morreu em acidente com Mercedes no DF

2 de novembro de 2025
  • Tendendo
  • Comentários
  • Mais recente
Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

14 de julho de 2025
Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

20 de julho de 2025
Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

4 de outubro de 2025

Arena noivas: maior evento de noivas do Distrito Federal está de volta em sua 2ª edição

0

Sumo sacerdote nigeriano de Ifá participa de visita guiada ao Panteão Afro da Praça dos Orixás, em Brasília

0

Interdições no trânsito do Parque da Cidade neste domingo  

0
Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

2 de novembro de 2025
Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

2 de novembro de 2025
Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

2 de novembro de 2025
  • Quem Somos
  • Anuncie
  • Privacy & Policy
  • Contatos
3 de novembro de 2025
  • Conecte-se
  • Registro
Capital Brasília
  • Home
  • Brasil
  • Brasília
  • Política
  • Saúde
  • Esportes
  • Entretenimento
  • Mundo
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Capital Brasília
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Brasil

Netanyahu é obstáculo ao cessar-fogo em Gaza, diz Michel Gherman

por Redação Capital Brasília
2 de novembro de 2025
em Brasil, Política
248 5
0
Netanyahu é obstáculo ao cessar-fogo em Gaza, diz Michel Gherman
492
COMPARTILHAMENTO
1.4k
VIEWS
Share on FacebookShare on TwitterWhatsApp

A assinatura do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, defendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previa a liberação de capturados por ambos os lados e a redução gradual da ocupação de Gaza pelo exército israelense. O acordo, no entanto, tem se mostrado instável e frágil. Pouco mais de dez dias após sua assinatura, na última terça-feira, 28 de agosto, Israel atacou novamente matando 104 pessoas, incluindo dezenas de crianças.

Não se sabe ao certo se há um real interesse do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no cessar-fogo. E muitas questões sobre como a história vai tratar Israel e os países que apoiaram o genocídio ainda estão em aberto.

Para analisar este contexto político, o Pauta Pública da semana recebe o sociólogo e historiador Michel Gherman. Ele explica como o genocídio em curso é legitimado por narrativas históricas e midiáticas e como Benjamin Netanyahu parece não dar nehum passo real em direção à paz.

“Quando ele assina o cessar-fogo faz o acordo colapsar várias vezes”, diz. “A gente só contou com a morte de milhares de palestinos e de dezenas de reféns israelenses por causa de uma tentativa de manutenção do cargo do Benjamin Netanyahu”, afirma Gherman.

Leia os principais pontos e ouça o podcast completo abaixo.








EP 192
O cessar-fogo que Netanyahu não quer


31 de outubro de 2025
·

Michel Gherman analisa o cessar-fogo em Gaza e as narrativas que se constroem em torno da guerra








0:00
-:–
15
15






Veja mais episódios desta série

Qual a narrativa que está sendo construída e que vai ficar para a história sobre o genocídio perpetrado por Israel em Gaza?

Estou fazendo uma pesquisa agora justamente que tem a ver com a relação da sociedade israelense com o genocídio de Gaza e um dos elementos mais interessantes é ver o processo de construção dessa narrativa na sociedade israelense. Logo depois do ataque do 7 de outubro [de 2023, quando o Hamas atacou Israel], e antes da invasão de Israel à Gaza, eu comecei a acompanhar a construção de uma certa dimensão hegemônica no discurso da sociedade israelense.

A palavra genocídio é uma categoria sociológica. Ela serve para a gente descrever fenômenos e eventualmente, ela pode ou não ser utilizada de maneira jurídica. Mas essa categoria sociológica, às vezes, é colonizada por um grande evento guarda-chuva. E esse evento guarda-chuva que é o holocausto. Houve um processo muito importante, que eu chamo de colonização da narrativa sobre a hegemônica, da narrativa sobre o genocídio, pelo holocausto.

Esse é um fenômeno dos anos 70, 80. Ou seja, qualquer coisa que se descreva genocídio é comparada, no sentido ruim da palavra, não no sentido para igualar com o holocausto, de dizer que não é holocausto não pode ser genocídio. O que é um equívoco muito grave. Porque você tira do debate público essa categoria, que é uma categoria importante na modernidade, que é o genocídio. Se tudo que não é holocausto não é genocídio, nada é genocídio.

Esse é um risco muito grande para uma sociedade como a sociedade ocidental, que promove genocídio de maneira bastante comum. A gente tem aqui no Brasil, um genocídio julgado nos anos 90, que é o genocídio contra os Yanonamis. A gente tem suspeitas de genocídio, seja da escravidão, seja do massacre Yanonami agora, poucos anos atrás.

Voltando aos ataques de 7 de outubro, eu começo a perceber que há a construção de uma hegemonia no discurso israelense que vai para a extrema direita. A sociedade israelense estava em colapso político. Há um deslocamento muito radical para a direita e uma hegemonização do discurso público pela extrema direita israelense, que se chama de kahanismo [movimento anti-árabe encabeçado pelo rabino Meir Kahane], e aí começa a haver um tambor da guerra.

E esse tambor da guerra é um tambor que clama por destruição, clama por extermínio, clama por nakba [em árabe significa “catástrofe” ou “desastre]. Tem alguns políticos israelenses que falam sobre uma segunda nakba. Ou seja, é claro que está havendo uma chamada, um chamado numa narrativa hegemônica da extrema direita por uma dimensão de violência estatal destruidora contra um grupo étnico específico. Pouca coisa pode ser considerada mais genocídio do que isso.

O futuro alguns dizem que a Deus pertence, eu diria que pertence a condições muito complexas que se constroem no presente. O que a gente tem no presente é o genocídio de Gaza estabelecendo uma crise muito radical das relações internacionais e da multilateralidade. A ideia de que o pós-guerra, a partir do signo do holocausto, produziu estruturas, que impediriam qualquer tipo de violência contra a população civil que não fosse justificada em termos militares, a partir de leis e de um consenso antigenocidário, já tinha sido desafiada.

A diferença fundamental entre o que acontece em Gaza e o que aconteceu antes é que a gente está falando sobre um genocídio produzido sob condições muito concretas, muito claras, que produziu-se durante muito tempo, sem que efetivamente fosse feito nada para que se pudesse evitar. Ao contrário, uma certa narrativa identitária, a ideia de que você vincula sempre as vítimas numa perspectiva fixa com o genocídio delas, impossibilitou, em algum sentido, a percepção europeia de que Israel tivesse produzido um genocídio contra os palestinos.

O que eu acho efetivamente que a gente vai ver nos próximos 20, 30 anos é a percepção de um genocídio longo, construído discursivamente, de maneira muito clara, perpetrado de maneira muito específica e onde você tem mortes não só de palestinos – palestinos normativos, civis, crianças, mas você também tem mortes muito frequentes de agentes públicos e de informação, o que é característico em genocídios.

Tem um número muito grande de médicos, enfermeiros e jornalistas mortos. O que acontece na Europa enquanto isso está acontecendo é basicamente, no primeiro ano e meio pelo menos, uma justificativa de que a vítima histórica do genocídio não pode ser acusada de praticar genocídio.

Acho que isso vai entrar em colapso nos próximos anos e o que a gente está vivendo agora vai ser um modelo sobre como entender o mundo produzido no pós-guerra e o seu colapso e o símbolo do seu colapso. Eu proponho o que vai ser, de novo podendo estar errado, mas eu proponho que vai ser o genocídio em Gaza.

Também tem uma escolha perceptível de alguns termos para capturados israelenses e palestinos. Veículos da grande mídia no Brasil andam utilizando o termo, por exemplo, reféns para tratar de capturados pelo Hamas e prisioneiros para os capturados pelo governo de Israel. Obviamente que reféns carrega esse sentido de vítima e prisioneiro carrega um sentido mais de criminoso. Como você vê a questão dessas terminologias, também pela mídia, e de que maneira elas refletem nessa narrativa e até mesmo no próprio acordo de cessar-fogo?

Entre os anos 1936 e 1939, na Rebelião Árabe na Palestina – que é um debate muito importante entre dois grupos do movimento nacional palestino: o grupo vinculado à liderança Izz ad-Din al-Qassam, um sheik muito vinculado ao fundamentalismo islâmico naquela região… E os outros grupos, da família al-Nashashibi, o movimento nacional palestino, o Partido Comunista Palestino.

Efetivamente, quem perdeu a disputa na construção de uma hegemonia nacional palestina foram os grupos conservadores. Quem se estabeleceu como narrativa hegemônica no movimento nacional palestino foram os grupos seculares, secularizados, os grupos nacionalistas, e aqui figuras como Yasser Arafat, que são referência importante, poetas que foram, na maioria deles, assassinados por Israel nos anos 1980, figuras como Mahmoud Darwich, referências de um certo nacionalismo secular palestino hegemonizaram o movimento nacional palestino, lutando a partir das perspectivas anticoloniais, decoloniais, descoloniais, perspectivas típicas daquelas que a gente vê nos movimentos de independência da Argélia e de outros países da Ásia e da África.

Agora, lá pelos anos 1980, lá pelos anos 1990, você começa a ter uma percepção pelo establishment e principalmente pela estrutura de segurança israelense de que valia a pena recuperar e resgatar grupos que eram grupos que perderam historicamente hegemonia pelo movimento nacional palestino para que eles, em algum sentido, dialogassem com o establishment da segurança israelense. Com isso, houve um fortalecimento muito grande da Irmandade Muçulmana em Gaza.

Estou dizendo isso porque, além dessa questão específica sobre reféns, há um outro debate que eu acho que é muito importante e eu acho que é um debate que tem a ver com o diálogo com a esquerda e não só com a extrema direita.

O que acontece em Gaza, claro que não começa no dia 7 de outubro, é claro que o foi uma barbárie. O debate sobre o dia 7 de outubro é um debate que, historicamente, contribui pouco, porque, na verdade, você vai ter que entrar num diálogo típico das redes sociais entre contra e a favor, preto e branco, sim e não.

Mas o que eu quero dizer é que o investimento que o establishment de segurança fez no fortalecimento do Hamas é tão grande e tão poderoso que, efetivamente, dias antes do dia 7 de outubro, o governo de Israel, esse governo, mas também outros governos, estavam enfraquecendo a autoridade nacional palestina, mas enfraquecendo muito, a ponto de, efetivamente, produzir um fortalecimento deliberado do Hamas, um enfraquecimento deliberado da autoridade nacional palestina e dos grupos seculares palestinos fora da autoridade nacional palestina, principalmente na Cisjordânia.

Um dos elementos fundamentais é olhar para a Cisjordânia, o que está acontecendo hoje na Cisjordânia, o que acontecia antes do dia 7 de outubro na Cisjordânia e o que aconteceu durante o conflito em Gaza. A Cisjordânia continuou tendo produzido dentro dela massacres, o aumento da colonização, anexação.

Um dos elementos que eu queria propor, em termos de narrativa e de construção de termos, também é até que ponto o genocídio não colonizou a nossa perspectiva sobre o movimento nacional palestino. Até que ponto a gente só está olhando para o Hamas e não está olhando, por exemplo, o que está acontecendo na Cisjordânia, onde o Hamas não é relevante, mas a violência contra os palestinos existe. Então, esse é um elemento. É claro que a palavra para se chamar pessoas sequestradas das suas casas, crianças, mulheres, idosos, etc., é refém.

Tem alguns prisioneiros da ocupação que foram libertados, que são prisioneiros que foram mantidos em cárcere sem julgamento, que foram mantidos em cárcere sem denúncia objetiva. Tem muitas pessoas com idade abaixo da idade mínima de serem presas, ou seja, crianças. E eu acho que é uma boa pergunta de como tratar esses prisioneiros.

Mas eu acho que isso não precisa vir às custas de tratar os reféns israelenses sequestrados pelo Hamas como outra coisa que não reféns. Eu acho que esse é o debate que a gente tem que fazer. Tem uma figura que eu acho importantíssima nesse debate. Uma figura que não foi libertada. Uma figura que está no cárcere de Israel há pelo menos 20 anos, que é Marwan Barghouti. Marwan Barghouti é talvez a figura mais carismática e popular do movimento nacional palestino. Ele é de um grupo chamado Tanzim, que tem vínculos históricos com o Fatah e com a Autoridade Nacional Palestina. Ele não é do Hamas. É claro que o Hamas se sentiu muito confortável em exigir a libertação de prisioneiros do Fatah, porque ele hegemoniza.

Entende que aqui tem uma relação de poder muito vinculante entre o governo de Israel e o Hamas? A ideia de que o Hamas é aliado do governo de Israel é uma ideia que eu acho que a gente tem que trabalhar. Eu sei que é assustador agora, mas eu acho que a gente tem que levar isso em consideração. Historicamente, é. Depois do genocídio, a gente toma um susto, mas acho que a gente tem que avaliar. Por que ele não exigiu a libertação de Marwan Barghouti?

O Hamas saiu fortalecido desses dois anos de guerra, pelo menos enquanto referência de poder em Gaza. Eu estava conversando com uma colega jornalista, uma colega sua, jornalista de Gaza, ela dizendo que não tem nenhum grupo que está desafiando o Hamas em Gaza hoje.

Ou seja, o discurso do Netanyahu de que o Hamas seria derrotado e estaria impossibilitado de exercer liderança em Gaza é mentira. Dois anos depois, o Hamas continua sendo a única referência de Gaza. Por que o Hamas não assume o compromisso de libertação de Marwan Barghouti, que seria efetivamente o nome que poderia causar, no caso do cessar-fogo, que o ponto 19 do cessar-fogo, que é a criação do Estado palestino, nos territórios ocupados em 1967, fosse garantido?

Porque ele é uma liderança efetiva ainda hoje. Porque eu acho que tem esse diálogo profundo entre perspectivas de opressão de lado a lado. É claro que a gente tem que encontrar outro nome para prisioneiros sem julgamento e que apodrecem anos a fio no cárcere de segurança em Israel e sofrem as torturas piores possíveis, principalmente depois que Ben-Gvir virou ministro da segurança interna, que é basicamente colocar, e aqui a comparação eu acho que é absolutamente legítima, colocar um comandante da SS [guarda elite do regime nazista] como diretor da prisão alemã depois de 1945.

Mas eu acho que isso não pode vir às custas da percepção de que efetivamente houve reféns do lado israelense. A pergunta de como tratar os prisioneiros palestinos eu acho que é fundamental. Mas para a gente não cair em armadilhas de uma narrativa construída numa perspectiva conservadora, é preciso entender que isso não precisa vir às custas de um e de outro. E é preciso entender que há vítimas da ocupação do lado palestino e que elas devem ser entendidas como tal.

Existe uma percepção de que o Netanyahu utiliza politicamente o conflito para se manter no cargo, esse acordo de cessar-fogo ainda parece muito instável e parece não ser muito do interesse do Netanyahu. Eu queria te ouvir sobre isso, sobre o papel dele nesse conflito, sobre como você vê esse acordo de cessar-fogo.

Se eu não tivesse tanta raiva e desprezo pelo Netanyahu, eu diria que ele é uma figura absolutamente sedutora. Porque o Netanyahu é filho do maior historiador medievalista de Israel, de uma família de intelectuais importantes. Só que é um cara que seria o substituto natural do grande líder histórico do sionismo, revisionista do sionismo de direita, que se chamava Vladimir Jabotinsky. Ele achou que ele ia ser o substituto, ele achou que ele ia ser a grande referência, ele achou que ele ia ser escolhido.

Só que ele não foi sequer citado para ser o substituto. Isso produz na família Netanyahu, tanto no Netanyahu quanto no irmão dele, Yoni Netanyahu, um lugar de frustração constante e constitutiva. Acho que quando a gente fala sobre o lugar da psicologia nas lideranças, a gente não pode deixar de lado a história familiar dessas pessoas. Então Netanyahu construiu-se e constituiu-se para ser a figura que iria vingar o seu pai. E, tem poucas pessoas mais comprometidas com o negacionismo histórico, inclusive do Holocausto, e mais comprometidas com a ideia de produzir em Israel uma colonização no sentido tradicional do que Netanyahu.

Netanyahu, por exemplo, durante anos fortaleceu os vínculos com Hamas, porque ele acreditou que o Hamas era aquele agente da colonização, que o colonizador poderia confiar, nos termos de Fanon [Frantz Fanon, filósofo e psiquiatra]. Então ele investe no Hamas durante anos, enfraquece a autoridade nacional palestina, humilha as lideranças palestinas seculares, transforma os palestinos da Cisjordânia em prisioneiros nas suas próprias casas e produz isso de maneira que ele está produzindo, segundo a sua narrativa, um ambiente de paz e tranquilidade.

Ele dizia que era o grande líder que produziu o maior período de paz. Comprando a paz, e a gente está vendo agora a partir das investigações que estão surgindo, comprando a paz do Hamas a partir de vínculos profundos que ele tinha com o Catar e humilhando os palestinos da Cisjordânia.

E ele fazia isso brincando de que ele era um grande estadista. O que acontece nos últimos anos é que a partir de 23, a partir de 7 de outubro isso tudo colapsou. Efetivamente a pergunta do que aconteceu em 7 de outubro está aberta. Como é que um Estado baseado na dimensão de seguridade, um governo de direita baseado na perspectiva de que a ocupação é fundamental para garantir a segurança permite uma invasão daquela que aconteceu no 7 de outubro?

E o que a gente vê com o Netanyahu é um processo de transformação. O Netanyahu olha para a extrema direita e fala assim: é com eles que eu vou. E se vincula à extrema direita e produz um discurso que é um discurso que teoricamente ele nunca utilizou que é de destruição, de extermínio, de genocídio. Eu não estou dizendo que ele nunca fez isso. Eu estou dizendo que ele nunca utilizou esse discurso. E ele se transforma numa liderança que é uma liderança típica das lideranças genocidas mais tradicionais. Aí você pode utilizar Hitler, Mussolini, Rei Leopoldo, e Milošević.

O vínculo do Netanyahu com genocídio é tão forte, tão perene, que a justificativa dele é que não há possibilidade que acabe a guerra. E aí o sonho dele é de que essa guerra continue eternamente. Ele fala isso. Nós viremos uma nova Esparta. E ele investe nisso profundamente. Nesse sentido, ele não pode efetivamente assinar nenhum tipo de cessar-fogo. E quando ele assina, ele mela o cessar-fogo. Ele faz o cessar-fogo colapsar várias vezes.

A primeira questão que eu acho fundamental é entender a quantidade de reféns israelenses que foram mortos em Gaza pela intervenção do governo de Israel numa suposta tentativa de libertação é impressionante. Sejam aqueles três que estavam com um papel escrito sou, em hebraico, sou refém, mas fui assassinado. Sejam aqueles seis que foram mortos quando militantes do Hamas escutaram tanques passando por cima das suas cabeças.

Ele é responsável não só pelo assassinato de 60, 70, 80 mil palestinos. Ele é efetivamente responsável pelo assassinato dos reféns. Netanyahu foi responsável efetivamente pela manutenção da guerra, porque a guerra é manutenção do poder.

O que a gente está vendo hoje foi uma tentativa de um tipo muito novo. A gente está testemunhando agora essa suposta metamorfose do Trump em relação ao Lula. Trump tem pouco compromisso com seus aliados. Ele tem mais compromisso consigo mesmo. Essa pressão que Trump fez é uma pressão sobre Netanyahu e que garantiu a assinatura de cessar-fogo. Agora, Netanyahu utilizou informações falsas do mesmo jeito, e aqui sem querer misturar alhos com bugalhos, a família Bolsonaro utilizou informações falsas com relação ao Brasil.

Netanyahu utilizou informações falsas com relação a Israel para justificar a impossibilidade de assinatura do acordo, dizendo que o problema era o Hamas. Os assessores do Netanyahu faziam isso com Trump. O que aconteceu nas últimas semanas, talvez no último mês, é que Trump percebeu que ele estava efetivamente sendo enganado por Netanyahu, e produziu uma pressão que ele não tinha produzido até agora, que o Biden não tinha produzido.

Nesse sentido, é importante entender que o cessar-fogo não foi assinado antes por causa de Netanyahu. E mais, esse cessar-fogo é muito parecido com o cessar-fogo dos anteriores. Não tem nada de novo. Ou seja, a gente só adiou a morte e contou com a morte de milhares de palestinos e de dezenas de reféns israelenses por causa de uma tentativa de manutenção do cargo do Benjamin Netanyahu, que é responsável pela destruição de Gaza e também pelo esgarçamento do tecido social da sociedade israelense.

Compartilhar197Tweet123Enviar
Redação Capital Brasília

Redação Capital Brasília

  • Tendendo
  • Comentários
  • Mais recente
Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

Brasileiro que doou medula óssea 3 vezes: “Super-herói da vida real”

14 de julho de 2025
Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

Super Viagra: cientistas testam pílula significativamente mais forte

20 de julho de 2025
Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

Dúvida entre intercorrência e erro médico gera onda de ações judiciais

4 de outubro de 2025

Arena noivas: maior evento de noivas do Distrito Federal está de volta em sua 2ª edição

0

Sumo sacerdote nigeriano de Ifá participa de visita guiada ao Panteão Afro da Praça dos Orixás, em Brasília

0

Interdições no trânsito do Parque da Cidade neste domingo  

0
Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

Igreja evangélica pega fogo na Cidade Estrutural

2 de novembro de 2025
Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

Batalhão da PMGO lamenta morte de sargento em acidente com Mercedes

2 de novembro de 2025
Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

Veja momento em que Mercedes de sargento pega fogo após batida na Epia

2 de novembro de 2025
Capital Brasília

Copyright © 2023 Capital Brasília.

Navigate Site

  • Quem Somos
  • Anuncie
  • Privacy & Policy
  • Contatos

Siga nos

Bem vindo de volta!

Entrar na conta

Forgotten Password? Sign Up

Create New Account!

Fill the forms bellow to register

All fields are required. Log In

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Home
  • Brasil
  • Brasília
  • Política
  • Esportes
  • Saúde
  • Entretenimento
  • Mundo

Copyright © 2023 Capital Brasília.

Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?
Vá para versão mobile