O MUNDO NÚMERO 3

Por Marcelo d’Avila Magalhães

Certa vez resolvi contar quantos mundos existem. Sim, existem mundos ao nosso redor e quais seriam eles?

O primeiro mundo é aquele que percebemos através da nossa visão, olfato, tato, paladar e audição, daí são cinco sentidos diferentes que percebem um mundo específico que passo a chamar mundo número 1. Este universo é bem limitado e nos proporciona uma espécie de prisão, pois dependemos 100% de instrumentos biológicos, falhos, limitados e todos com data de validade. Dizem por aí que as mulheres possuem um sexto sentido e que percebem minúcias que nós homens não alcançamos.

Muito bem, com o avanço generalizado das várias ciências e o desenvolvimento de equipamentos que ampliam nossa percepção passamos a ter acesso ao que chamaremos mundo número 2, qual seja o mundo que só podemos perceber e entender através de modernos equipamentos. Percebam como são gigantescos estes dois mundos.

Nós convivemos com este segundo mundo todos os dias quando ouvimos rádio, vemos TV, fazemos algum exame de sangue, quando os radares dos aeroportos detectam aviões à dezenas de quilômetros, ou mesmo ao ligarmos o Modem de nossa casa, enfim, uma infinidade de sensores de toda ordem que ampliam nossa percepção. Como é grande o mundo número 2!

Podemos até nos atrever a classificar países que tem mais acesso ao segundo mundo, pois não são todos que possuem equipamentos modernos no campo da medicina ou na comunicação.

Um exemplo didático deste segundo mundo se mostra quando viajamos em um moderno avião, que possui inúmeros sensores e computadores que permitem aos pilotos a ciência de tudo ao redor, o que seria impossível se dependessem de seus sentidos, não é mesmo?

Estamos inseridos em dois mundos, um limitado por nossos instrumentos biológicos e outro que só percebemos através da tecnologia.

O mundo número 3 é aquele que não conseguimos perceber por nós mesmos e nem através dos equipamentos que nossa mais avançada ciência possui, portanto, podemos concluir que este último é infinito, imponderável e, até o momento, inalcançável. Ele é objeto de nossas especulações, nossos sonhos e, para outros, da fé. Até onde começa e termina este mundo? Sabemos onde começa, mas até onde vai…nem fazemos ideia.

Concluo fazendo a seguinte pergunta: será que estamos todos fadados a conhecer este último mundo? A minha resposta: sim, basta esperar o final de sua passagem pelo mundo número 1.

 

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