O Governo do Estado do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (28/10), a Operação Contenção, uma ação de grande escala e integrada das forças estaduais de segurança nos complexos do Alemão e da Penha. A ofensiva, que conta com a participação de promotores do Ministério Público Estadual, é resultado de mais de um ano de investigação e tem como objetivo central a captura de lideranças criminosas e o combate à expansão territorial do Comando Vermelho (CV) em 26 comunidades das áreas.
Desde as primeiras horas da operação, que visava cumprir 100 mandados de prisão, 81 pessoas já haviam sido detidas. Logo na entrada dos agentes, na Rua Uranos, dois homens foram presos e um fuzil foi apreendido, indicando a resistência inicial.
Intenso Confronto e Elevado Número de Vítimas
Apesar do forte aparato de segurança e do planejamento de inteligência, os confrontos com criminosos foram intensos e resultaram em um alto número de baixas. A Operação Contenção registrou a morte de dois policiais civis e deixou outros nove agentes feridos por disparos.
Do lado dos suspeitos, 18 pessoas morreram durante os confrontos. A violência da ação, contudo, atingiu também a população civil: três pessoas inocentes acabaram baleadas, entre elas um homem em situação de rua e uma cabeleireira. Em um sinal da escalada de táticas, criminosos chegaram a utilizar drones em represália para atacar policiais no Complexo da Penha.
Aparato Militar e Institucional
A operação mobilizou um contingente expressivo das forças de segurança estaduais. Da Polícia Militar, participam agentes do Comando de Operações Especiais (COE) e de unidades operacionais da capital e região metropolitana. A Polícia Civil enviou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.
O arsenal logístico inclui:
- Aparato tecnológico, como drones de monitoramento.
- Dois helicópteros.
- 32 blindados terrestres.
- 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE) da PM.
- Ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
O governador Cláudio Castro (PL) enfatizou o propósito da intervenção: “Estamos atuando com força máxima e de forma integrada, para deixar bem claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado”, afirmou Castro, reforçando a mensagem de que a ação visa reafirmar a autoridade estatal nas comunidades.
A Operação Contenção segue em curso, com foco na captura dos mandados restantes e na manutenção da presença das forças de segurança nos complexos. O saldo final de presos, armas apreendidas e as circunstâncias das mortes serão avaliados após a conclusão da fase ostensiva.